Conselheiros do Palmeiras publicam carta aberta a Leila Pereira

Ação acontece após a mandatária do Verdão conceder na última quarta-feira (11), uma coletiva de imprensa bombástica, fechada a alguns veículos de imprensa.
Conselheiros do Palmeiras publicam carta aberta a Leila Pereira (Imagem: Reprodução/ TV Palmeiras)
Conselheiros do Palmeiras publicam carta aberta a Leila Pereira (Imagem: Reprodução/ TV Palmeiras)

A coletiva de imprensa concedida pela presidente e patrocinadora do Palmeiras, Leila Pereira, na última quarta-feira (11), ainda repercute no Verdão. Agora um grupo formado por 26 conselheiros do clube publicou uma carta aberta em resposta as falas da presidente.

Em semana de Data FIFA e focado na recuperação da equipe para a sequência do Brasileirão, o Palmeiras tinha tudo para viver um momento mais tranquilo. Contudo, a eliminação do time da Libertadores e a sequência recente de resultados ruins ainda pesam na memória do torcedor alviverde.

Da mesma forma, ou até mais do que isso em alguns casos, a entrevista coletiva de Leila Pereira, presidente do clube, também tem pesado sobre o torcedor palmeirense. Agora, um grupo de 26 conselheiros do clube também publicaram uma carta aberta em resposta as falas da mandatária alviverde.

No texto publicado nesta sexta-feira (13) e voltado aos Associados, Sócios Torcedores e Torcedores do Palmeiras, os conselheiros destacam a sua indignação diante dos posicionamentos assumidos por Leila. A presidente do clube e dona da Crefisa/FAM, assim como da Placar Linhas Aéreas, foi alvo da carta por segundo o texto “responder de maneira intimidatória” os questionamentos.

“Ainda que os questionamentos tenham sido colocados de maneira respeitosa, a presidente nos respondeu de maneira intimidatória, nos segregando dos demais membros do Conselho Deliberativo, tangenciando as questões”, iniciou a publicação. “Não nos curvaremos aos caprichos, vontades e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas”, destaca o texto em outro momento.

Leila rebate críticas sobre a existência de conflito de interesses

Durante a coletiva, a presidente do Palmeiras e também dona da Crefisa e FAM, principais patrocinadores do clube, foi questionada sobre possíveis conflitos de interesse por ocupar ambas as funções. Ao rebater os questionamentos, a mandatária foi taxativa quanto aos conselheiros que a questionaram nesse sentido.

“Eles queriam saber sobre conflito de interesse. Quando o conselheiro é bem intencionado, não tenho problema nenhum, não tenho problema com críticas. Sou política também”, iniciou. “Essas pessoas não são da oposição, eles querem destruir a minha gestão. Foram essas pessoas que trouxeram a Blackstar lá atrás. Antes desse questionamento vir para mim, estava na imprensa, então não vou dar atenção a pessoas que não querem contribuir”, concluiu.

Ex-presidentes do Palmeiras criticam ação de Leila

O grupo formado pelos 26 conselheiros do Palmeiras não foi o único grupo diretamente ligado a gestão do clube a se manifestar após as declarações de Leila Pereira. Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e ex-presidente do Clube foi um dos que se manifestou contrário à postura assumida por Leila. Além dele, Paulo Nobre, que também ocupou o posto de presidente anteriormente, já havia divulgado uma Carta Aberta na qual responde a alguns pontos da entrevista, que classificou como “infeliz”.

“Ao ver sua infeliz entrevista coletiva, Senhora Presidente, vossa senhoria me fez chorar. De indignação, de nojo e de raiva, por ver o Palestra ser humilhado em rede nacional por uma dirigente sem noção que não tem ideia do que é ser palmeirense”, revelou Paulo Nobre em parte do texto.

Presidente do Palmeiras entre os anos 2013 a 2016, Nobre destacou ainda que abriu mão em 2018 do cargo de Conselheiro vitalício do Clube, para não ter de “conviver mais com pessoas como a senhora [Leila Pereira] e sua turma”.

Confira a íntegra da carta aberta dos Conselheiros palmeirenses

Aos Associados, Sócios Torcedores e Torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras

Nós, os 26 CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, “retaliados”, tolhidos de exercer com autonomia o mandato para representar o associado, defendendo os interesses da instituição, vimos, por meio desta, nos manifestar:

O simples ato de questionar é um direito inalienável do cidadão. Quando este exerce mandato outorgado por uma coletividade, esse direito se transforma em dever.

No cumprimento desse direito/dever, nós, CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, fizemos indagações à PRESIDÊNCIA EXECUTIVA sobre os contratos de patrocínio da Crefisa/FAM e o transporte aéreo da Placar Linhas Aéreas, haja vista, fato excepcional e relevante, onde a presidente da INSTITUIÇÃO figura como representante da contratante e sócia-proprietária das contratadas.

Ainda que os questionamentos tenham sido colocados de maneira respeitosa, a presidente nos respondeu de maneira INTIMIDATÓRIA, nos SEGREGANDO dos demais membros do CONSELHO DELIBERATIVO, tangenciando as questões.

Essa mesma intimidação se escalonou com a entrevista coletiva convocada pela própria mandataria, na qual deveria esclarecer o funcionamento da relação contratual entre as empresas nas quais possui participação societária e a Sociedade Esportiva que preside.

Quando perguntada sobre o tema, se apressou em responder que não havia qualquer conflito de interesses e, de maneira grosseira, chamou os Conselheiros que ousaram questioná-la de “DESTRUIDORES”.

Esse episódio, assim como os anteriores, demonstram uma dificuldade no entendimento das atribuições estatutárias por parte de quem exerce a presidência, que administra, por tempo determinado, uma SOCIEDADE que não lhe pertence. Devendo, portanto, acrescentar em seu vocabulário termos como: CONTRADITÓRIO, RESPEITO e TRANSPARÊNCIA.

Reafirmamos o compromisso com aqueles que confiaram a nós o mandato de CONSELHEIROS e, representaremos também a todos que amam a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Por fim, não nos curvaremos aos caprichos, vontades, ameaças e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas.

Contem conosco!

Adriano Tadeu Lívani Reale,
Emerson da Rosa,
Felipe Giocondo Cristovão,
Francisco Vituzzo Neto,
Genaro Marino Neto,
Gerson Clemente Guarino,
Guilherme Gomes Pereira,
Guilherme Romero,
João Carlos Minello,
José Antonio Aparecido Junior,
José Carlos Tomaselli,
José Corsini Filho,
Juan Manuel Berrospi Carreno,
Luis Henrique Monteiro Fronterotta,
Luciana Santilli,
Luiz Fernando Marrey Moncau,
Luiz Roberto Cassab Mousinho,
Marcos Antonio Gama,
Mauricio Pegoraro,
Mauricio Vituzzo,
Pedro José Vilar Godoy Horta,
Ricardo Alberto Galassi,
Ricardo Spinelli Poppi,
Valdomiro Otero Sordili Filho,
Victor Fruges,
Vinicius Feres Zucca.

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