O Dr. Pratik Desai, fundador de várias startups de IA do Vale do Silício, está pedindo ao mundo que grave seus pais idosos e entes queridos, pois prevê que a consciência humana pode ser transferida para um computador ainda este ano.
Segundo o Cientista da Computação, se as pessoas tiverem vídeos e gravações de voz suficientes de seus entes queridos, há uma “chance de 100%” de que parentes falecidos possam ser “revividos” como avatares em um computador.
O Dr. Desai, que criou seu próprio sistema semelhante ao ChatGPT, escreveu no Twitter que “isso pode ser possível até o final do ano“. Embora muitos cientistas acreditem que os avanços rápidos em IA, que ChatGPT está liderando, estão prontos para inaugurar uma nova era de ouro para a tecnologia, ainda existem muitas discussões sobre a tecnologia.
Black Mirror?
Após o anúncio da tecnologia, internautas logo ligaram o assunto ao primeiro episódio da segunda temporada da série Black Mirror.
O episódio mencionado da série Black Mirror, intitulado “Be Right Back“, também aborda o tema da inteligência artificial e sua capacidade de replicar a personalidade e o comportamento de um ente querido falecido.
No episódio, uma mulher usa um serviço de tecnologia para “ressuscitar” seu namorado morto, interagindo com uma versão virtual dele alimentada por dados de suas mídias sociais e outros registros online.
Embora haja semelhanças entre a tecnologia descrita no episódio e as iniciativas mencionadas no artigo, é importante lembrar que a ficção muitas vezes antecipa o desenvolvimento tecnológico e seus possíveis impactos sociais e éticos. As iniciativas reais mencionadas no artigo ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento e podem ter implicações diferentes das retratadas na ficção.
Após a comparação, o Dr. Desai comentou o assunto. “Vi o episódio de Black Mirror que todo mundo está sugerindo. Agora eu entendi. É uma questão muito pessoal e peço sinceras desculpas por ferir os sentimentos de alguém.“, escreveu em seu Twitter.
Elon Musk pede pausa no avanço da IA
Alguns especialistas, como Elon Musk e mais de 1.000 líderes de tecnologia, estão pedindo uma pausa, alertando que a IA pode destruir a humanidade. Outros, como Bill Gates, acreditam que a IA melhorará nossas vidas. O Dr. Desai é um dos que acredita que a tecnologia ajudará as pessoas a viverem para sempre, recriando seus entes queridos como avatares que vivem em um computador.
O processo envolveria a digitalização de vídeos, gravações de voz, documentos e fotos da pessoa, que seriam alimentados em um sistema de IA para que este aprenda tudo o que puder sobre o indivíduo. Os usuários podem então criar um avatar específico que se parece e age exatamente como seu parente vivo.
A evolução do ChatGPT já tem permitido que uma empresa trabalhe em humanos virtuais. O projeto em desenvolvimento chamado Live Forever cria um robô de VR de uma pessoa com a mesma fala e maneirismos da pessoa que está sendo replicada.
O fundador do Live Forever, Artur Sychov, disse à Motherboard em 2022 que previa que a tecnologia estaria disponível em cinco anos, mas devido aos recentes avanços em IA, ele acredita que não será preciso esperar tanto tempo. “Podemos pegar esses dados e aplicar a IA a eles para recriar você como um avatar em seu terreno ou dentro do seu mundo NFT, e as pessoas poderão vir e conversar com você. Você encontraria a pessoa. E nos primeiros 10 minutos de conversa, você não saberia que é IA. Esse é o objetivo“, disse Sychov.
Outra empresa de IA, a DeepBrain AI, criou uma sala memorial que permite que as pessoas se reunam com seus entes queridos falecidos em uma experiência imersiva. O serviço chamado Rememory usa fotos, vídeos e uma entrevista de sete horas da pessoa quando ainda estava viva. O personagem virtual movido a IA é projetado com tecnologias de aprendizado profundo para capturar a aparência e a voz do indivíduo, que são exibidos em uma tela de 400 polegadas.
Em 2020, um programa de televisão coreano usou a realidade aumentada para reunir um homem com sua esposa falecida. A esposa havia gravado uma mensagem de despedida antes de morrer, e a equipe do programa usou a tecnologia de realidade aumentada para criar uma imagem holográfica da esposa que parecia interagir com o marido. A experiência emocionalmente intensa foi gravada e transmitida para o público coreano.
Embora essas tecnologias possam parecer futuristas e estranhas, elas podem ter benefícios terapêuticos para pessoas que perderam entes queridos. Algumas pessoas podem achar difícil superar a perda e, nesses casos, essas tecnologias podem oferecer um meio de lidar com a dor e a tristeza de uma forma saudável e construtiva.
No entanto, é importante lembrar que essas tecnologias também podem ter consequências negativas e levantar questões éticas complexas. Por exemplo, até que ponto a tecnologia pode ser usada para recriar uma pessoa falecida e qual é o impacto emocional de se envolver em uma experiência imersiva com uma versão virtual de um ente querido? Essas questões exigem um debate sério e cuidadoso sobre as implicações éticas e psicológicas do uso dessas tecnologias.
