A Nasa pretende levar astronautas à superfície lunar até 2030 e planeja uma plataforma orbital lunar chamada Gateway. Além dela, Elon Musk, fundador da empresa SpaceX, revelou em agosto de 2017 seus planos de criar uma colônia na Lua.
A SpaceX e a Nasa não estão sozinhas em suas intenções de levar humanos de volta à Lua. A Administração Espacial Nacional da China, a agência estatal do país, anunciou os próximos estágios de suas bem-sucedidas missões de exploração lunar Chang’e – pouco depois de a Chang’e 4 se tornar a primeira espaçonave a fazer um pouso suave no lado oculto da Lua.
Outra interessada, a Blue Origin desenvolve em parceria com as companhias OHB e MT Aerospace, por exemplo, uma espaçonave de carga tendo em vista um pouso na Lua.
Mas, um dos principais fatores que devem ser resolvidos nos programas de colonização lunar é como alimentar essas colônias com energia. Especificamente, trata-se de fornecer eletricidade continuamente às instalações para produzir oxigênio.
Energia renovável
Cientistas da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, desenvolveram um projeto para gerar energia na Lua e o propuseram à agência espacial norte-americana. A ideia contempla a utilização de inúmeros painéis fotovoltaicos colocados de forma muito específica na superfície do satélite terrestre, segundo o portal Phys.org.
Segundo o professor universitário Jeffrey Gordon, a criação de bases lunares habitáveis com energia fotovoltaica renovável requer plantas que extraiam continuamente oxigênio do solo lunar. Isso requer fontes que forneçam energia ininterruptamente sem a necessidade de armazená-la, algo impossível de se conseguir da Terra. A energia solar é o único recurso renovável disponível na Lua, sugere o cientista em seu artigo publicado recentemente na Renewable Energy.
Anteriormente, a Nasa propôs o uso de energia nuclear. Outra sugestão foi montar baterias que acumulam energia. Segundo Gordon, é muito mais barato e prático dispensar a proposta dos americanos e montar placas de baterias solares que devem estar localizadas ao longo de uma latitude lunar próxima aos polos. Eles então formariam um anel, muito do qual estaria sempre no lado diurno e, assim, geraria eletricidade continuamente.
Além disso, o plano de Gordon envolve puxar linhas de energia para fábricas e assentamentos na Lua que devem estar localizados perto das regiões polares. Essa ideia usa uma combinação única de vários fatores: a ausência de uma atmosfera lunar, uma inclinação quase zero do eixo polar da Lua em relação ao plano da eclíptica e um pequeno diâmetro lunar.
“Minha solução tem uma massa específica muito menor do que todas as alternativas formuladas até agora, ou seja, um valor recorde de kg/kW, uma informação fundamental para tornar as instalações lunares acessíveis e viáveis, já que os custos de inicialização e comissionamento estão atualmente acima de US$ 1 milhão por quilo”, explicou Gordon.
“Nossa nova estratégia é 100 vezes mais econômica do que a solar com armazenamento em bateria. Também é pelo menos seis vezes melhor do que a solução agora contemplada da Nasa de reatores nucleares acionando turbinas e geradores convencionais”, disse ele.
