“Tem coisas que só acontecem com o Botafogo”, a frase, que já merece uma explicação, se é que isso é possível, nas enciclopédias do futebol brasileiro, ganhou um novo capítulo. Liderando o Brasileirão, o Botafogo sofreu duas derrotas quase que seguidas, de virada por 4×3, em pouco mais de uma semana. Curiosamente, duas coincidências inusitadas foram decisivas em ambos os reveses.
O futebol brasileiro ganhou mais um episódio desses que fazem os torcedores pensarem por anos. É algo comum aos amantes do esporte, pensar em como as coisas seriam se algo, por menor que seja, tivesse ocorrido de forma diferente.
O “exercício” de pensamento vai desde uma bola que acertou a trave, até a mística do uniforme que foi usado em campo, ou mesmo fora dele. Esses pequenos detalhes, as vezes inexplicáveis podem ser decisivos na trajetória de uma partida e também de um clube.
Jogando em São Januário nesta quinta-feira (09), o Botafogo chegou a abrir dois gols de vantagem, antes de sofrer uma virada de 4×3 para a equipe do Grêmio. Curiosamente, o mesmo placar de outra virada histórica sofrida pelo Glorioso, apenas uma semana antes, diante do Palmeiras. Mas além do placar e dos clubes envolvidos, o que há de comum aos dois casos?
O Grito de é Campeão que motivou Endrick
Contra o Palmeiras, uma infeliz coincidência para o Botafogo foi decisiva para o resultado. Antes mesmo do jogo ser iniciado, o jovem Endrick, joia da base palmeirense e um dos jogadores mais promissores do futebol brasileiro, ouviu os torcedores botafoguenses gritarem “É Campeão!”.
O “grito antecipado” serviu de combustível para Endrick se motivar ainda mais. Indignado pelo ato, que entendeu como de desrespeito, o jogador decidiu dar uma resposta aos torcedores. Durante toda a partida e principalmente no segundo tempo, o jovem Camisa 9 se esforçou ao máximo em campo, buscando “fazer justiça”.
Com dois gols, diversas jogadas importantes e um lançamento que daria origem ao gol de empate, o atacante foi decisivo no resultado da partida. O Palmeiras, que perdia de 3×0 até o intervalo, venceu por 4×3 o Botafogo, no Nilton Santos.
O inusitado da situação, no entanto, é que os gritos de “É Campeão!” que motivaram Endrick, nada tinham a ver com o futebol. Na verdade eles eram para Lucas Verthein, atleta de Remo do Botafogo, que tinha sido Campeão no Jogos Pan-americanos.
Luis Suárez e a ausência do Tapetinho
Contra o Grêmio, na derrota também por 4×3, o Botafogo viu novamente um fato inusitado decidir os rumos da partida. Aos 36 anos de idade, o experiente atacante da Seleção Uruguaia e do Grêmio, Luis Suárez marcou no segundo tempo o hat trick (três gols) que garantiu ao Imortal a vitória de virada.
Curiosamente, sem poder contar com o Nilton Santos, devido um show do Grupo RBD, o Botafogo decidiu levar a partida contra o Grêmio, para São Januário. Diferente da Casa Botafoguense, que tem um gramado sintético, carinhosamente chamado de “tapetinho“, o estádio vascaíno tem grama natural.
Após o jogo, contra o Botafogo, o técnico Renato Portaluppi revelou um detalhes fundamental sobre o homem do jogo, o craque Luiz Suárez. “Ele não gosta e não pode jogar no gramado sintético, por causa do joelho. Se fosse no Nilton Santos, o Suárez dificilmente jogaria porque é sintético”, contou Renato.
Vale salientar que no Grêmio, Suárez chegou a ficar de fora de várias partidas, sofrendo com dores no joelho direito. O fato inusitado é que se não fosse o show do RBD no Nilton Santos, dificilmente teríamos visto o “show do craque uruguaio” em São Januário.
Coincidências do Futebol
Essas coincidências não são as primeiras e certamente não serão as últimas do esporte. O fato é que são esses pequenos detalhes, muitas vezes decisivos, que fazem do futebol brasileiro e mundial um sucesso.
Não fosse o inesperado, o futebol provavelmente não seria como conhecemos e amamos. Curiosamente nesse caso, esses pequenos detalhes formaram uma ponte entre craques do presente, que estão ligados ao passado e também ao futuro do esporte.
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