Cientistas desenvolveram um implante cerebral que é mais fino do que um fio de cabelo humano, permitindo que as pessoas utilizem as redes sociais somente com o poder de sua mente.
O chip altamente experimental foi criado para pacientes paralisados ou mudos, que não podem utilizar seus membros para se comunicar via computador.
Contudo, esse implante também pode ser utilizado por indivíduos saudáveis. Ele se diferencia dos implantes cerebrais criados pela empresa de Elon Musk pois é menos invasivo e se posiciona na superfície do cérebro, ao invés de dentro da massa cerebral.
O implante, chamado de “Layer 7 Cortical Interface” (Interface Cortical de Camada 7, em tradução livre), é uma tira de material flexível e fino, semelhante a um pedaço de fita adesiva. A tira possui eletrodos e possui uma espessura que é um quinto de um fio de cabelo humano, o que ajuda a se adaptar à superfície do cérebro sem danificar qualquer tecido.
Para implantar o dispositivo, os cirurgiões fazem uma fenda muito fina na calota craniana e o deslizam, como se estivessem colocando uma carta em uma caixa.
De acordo com o CEO da Precision, Michael Mager, em entrevista à CNBC, a fenda é menor que um milímetro de espessura, o que significa que os pacientes nem precisam ter o cabelo raspado para tê-lo colocado. “Acho que isso é uma grande vantagem em comparação com tecnologias que exigem, por exemplo, uma craniotomia, removendo uma parte significativa da calota craniana, o que leva muito tempo e tem muito risco de infecção. Eu nunca conheci alguém que quisesse um buraco furado em sua calota craniana”, disse.
O dispositivo funciona coletando sinais cerebrais, interpretando-os e enviando comandos para uma máquina conectada, dependendo do sinal cerebral recebido.
Como os cientistas podem facilmente aumentar o número de eletrodos na tira, ela pode ser usada para tratar outras condições neurológicas.
A implantação também é reversível se os pacientes mudarem de ideia. O dispositivo decodificou com sucesso sinais cerebrais em animais, e a Precision espera obter a aprovação do FDA para testar o implante em humanos nos próximos meses.
Neuralink
A empresa de biotecnologia Neuralink, de propriedade de Elon Musk, planeja começar a testar seus chips cerebrais em humanos ainda em 2023. Os ensaios clínicos começarão assim que a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA autorizar o pedido apresentado.
O empresário explicou que as duas primeiras aplicações humanas de seu dispositivo cerebral serão para restaurar a visão e recuperar a mobilidade muscular.
O objetivo de curto prazo da Neuralink é desenvolver um chip que permita ao cérebro controlar dispositivos eletrônicos complexos e, em uma segunda instância, permitir que pessoas com paralisia recuperem a função motora e tratem doenças cerebrais como Parkinson, demência ou Alzheimer, além de restaurar visão. A longo prazo, o objetivo é criar uma rede neural que permita a fusão do cérebro com a inteligência artificial.
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