Viver conectado o tempo inteiro já faz parte do nosso cotidiano e nada indica que isso irá mudar em algum momento.
A internet e seus consequentes desenvolvimentos trouxeram consigo diversos avanços para a forma como lidamos com as coisas de nosso cotidiano, tanto em aspectos pessoais quanto profissionais – hoje é possível trabalhar remotamente, estreitar relações com gente que você nunca encontrou ao vivo, jogue com um dealer ao vivo no Royal Panda – difícil mesmo é listar o que NÃO podemos fazer na rede.
Considerando tudo isso, a internet se tornou um alvo interessante para pessoas mal-intencionadas, e notícias detalhando golpes sofridos online são cada vez mais comuns.
Segurança cibernética no Brasil
Apesar de contar com uma lei geral de proteção de dados bastante robusta (a famosa LGPD), especialistas mostram que a situação na internet brasileira não é das melhores – o que demandaria mais cuidados por parte de usuários.
No ranking dos 20 maiores ambientes digitais mundiais, o Brasil fica em terceiro como um dos mais vulneráveis – as informações constam no Índice de Defesa Cibernética 2022/2023, estudo elaborado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. De acordo com a pesquisa, o país carece de investimento e regulações mais específicas, ficando na frente somente de Turquia e Indonésia nesse sentido.
O Brasil tem ainda outros fatores que atuam em seu desfavor, como a falta de ações educativas para evitar cair em golpes que usam links falsos (phishing) para roubar dados bancários e demais informações pessoais relevantes – se você parar para pensar um instante, com certeza já ouviu relatos de amigos, conhecidos ou familiares sobre ter clicado em link suspeito que se passava por um banco idôneo. Estima-se que 19,9% dos usuários brasileiros já clicou em algo do tipo, de acordo com pesquisa da Kaspersky publicada em 2021.
Estudos apontam brechas na segurança cibernética do país
Em 2021, a Dell Technologies realizou em estudo com a consultoria Vanson Bourne revelando que 75% dos líderes de TI em empresas no país julgavam-se incapazes de recuperarem dados essenciais para suas companhias na ocorrência de ataques cibernéticos. Além disso, a pesquisa aponta outros dados interessantes – o volume de perda de dados no Brasil em 2020 chegou a 36%, e além disso, 42% das empresas participantes admitiram problemas de segurança que acabaram por levar a algum período de inatividade.
O que podemos interpretar a partir destas informações é o seguinte: crimes cibernéticos devem ser considerados um tema prioritário entre empresas e legisladores de forma a inibir tais ações – estima-se que em 2021 o país tenha sido o quinto maior “mercado” de atuação destes criminosos.
O crescimento acelerado do trabalho remoto e iniciativas digitais no Brasil acabou por torná-lo também terreno fértil para gente mal-intencionada – através de e-commerces, por exemplo. Fato é que cada vez mais pessoas passaram a recorrer ao online nos últimos anos, e com isso, claro, multiplica-se o número de alvos – ações educativas poderiam contribuir para a melhora destes índices, mas indo além de metodologias como estas, que impactam diretamente o usuário, também se faz necessária a cooperação entre governos e empresas, a nível internacional, afinal, os golpes podem ser aplicados de qualquer lugar com uma conexão à internet.
Em 2021, o Brasil aderiu à Convenção de Crimes Cibernéticos, junto de outros 65 países, um passo importante para a tipificação e combate a este tipo de crime – um esforço contínuo, afinal, com o desenvolvimento cada vez mais acelerado da tecnologia, criminosos encontram novos meios para continuarem com suas atividades, o que exige vigilância e aprimoramento constante também por parte das autoridades. Quanto maiores os riscos e maior a exposição, maior a necessidade de ferramentas, políticas e pessoal especializado para lidar com estes crimes.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.