A visão noturna é privilégio de alguns animais, entretanto, um grupo de pesquisadores defende que é possível seres humanos desenvolverem a capacidade da visão noturna. Para isso, Jeffrey Tibbetts e Gabriel Licina estudaram uma nova dieta, que poderia desenvolver nossa habilidade em enxergar a luz infravermelha, algo que os seres humanos naturalmente não podem fazer, salvo o uso de equipamentos.
Após uma pesquisa sobre experimentos anteriores sobre a visão noturna, que datam de 1930, a dupla decidiu fazer o teste por conta própria, sendo as próprias cobaias. Eles conseguiram um financiamento online para a pesquisa no valor de US$ 1 mil e, ao longo de 25 dias, se submeteram a uma dieta que substituía o consumo normal de vitamina A (vegetais) por vitamina A2 (fígado de peixe), uma versão da vitamina A que os os seres humanos não consomem no dia a dia.
De acordo com relatos ainda da Segunda Guerra, alguns soldados norte-americanos já aderiam a esta dieta para melhorar a visão noturna. A dupla de investigadores resolveu recriar este experimento usando novas tecnologias. Depois de seguir uma dieta restrita e para ter certeza de que os seus olhos estavam realmente percebendo a luz infravermelha, os pesquisadores criaram um eletrorretinograma (ERG) – teste utilizado para avaliar o estado da retina e doenças oculares em humanos e amimais.
Os pesquisadores modificaram o ERG de forma que disparasse luz em comprimentos de onda infravermelha acima dos 730 nanômetros (as faixas visíveis de luz aos humanos são de 400 a 730). O sistema não é perfeito, pois “há um sangramento” entre os diferentes comprimentos de onda, como Tibbetts admitiu, mas os gráficos que a equipe publicou on-line mostraram que os seus olhos estavam respondendo à luz nos comprimentos de onda infravermelhos logo abaixo do espectro visível, em torno de 950 nanômetros.
Apesar do sucesso do experimento, a comunidade científica não recebeu bem os resultados por conta dos métodos utilizados. Entre os argumentos, está a falta de dados que possibilitam a repetição da experiência. Alguns pesquisadores também alertam para o tipo de dieta adotada, já que a deficiência de vitamina A no organismo pode causar graves danos à visão, como cegueira, e, até mesmo, levar à morte. Contudo, os pesquisadores envolvidos na pesquisa defendem o desenvolvimento da ciência de maneira mais livre, sem estar atrelada a métodos rigorosos.
Via History Channel
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