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Fundo que financia seguro-desemprego pode “entrar no vermelho”

Técnicos do Ministério do Trabalho acendem alerta de rombo no FAT, enquanto governo prevê novos programas de até R$ 4,6 bi ao ano

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), responsável pelos recursos do seguro-desemprego e do abono salarial, além de ser o principal financiador do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está caminhando para o vermelho novamente em 2023, após dois anos de resultados positivos, de acordo com técnicos do governo.

Especialistas alertam sobre a necessidade de tomar medidas para aumentar os recursos disponíveis e evitar um desequilíbrio nas finanças do fundo.

O Ministério do Trabalho e Emprego realizou uma análise anual sobre o FAT, em cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal, e a conclusão foi de que são necessários R$ 5,1 bilhões extras em 2023 para evitar um déficit. A pasta sugere que o governo eleve o uso de recursos arrecadados com o PIS/Pasep, que abastecem o fundo.

Essa avaliação é feita em um momento em que o governo pretende intensificar o uso dos recursos do FAT e destinar até R$ 4,6 bilhões por ano a novos programas. No entanto, as projeções mostram que as receitas do fundo não serão suficientes para atender às suas obrigações legais, o que levará a um desequilíbrio financeiro.

De acordo com matéria de Fábio Pupo (da Folha de S.Paulo), a piora nas projeções ocorre em um momento em que o governo planeja direcionar recursos significativos para programas de qualificação profissional. Em 2022, foram R$ 19 milhões para a rubrica, mas em 2023, a intenção é direcionar R$ 136 milhões; em 2024, R$ 2 bilhões; em 2025, R$ 3 bilhões; e em 2026, R$ 4,5 bilhões.

A elevação do salário mínimo também pressiona as despesas do FAT, já que a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo de 2023, há um incremento na despesa do seguro-desemprego em R$ 33,4 milhões.

Em resumo, o Ministério do Trabalho e Emprego estima que o FAT execute anualmente até 2026, R$ 446,7 bilhões em obrigações, com média de R$ 111,7 bilhões por ano. Com as despesas correntes incluídas, a média de execução projetada está em R$ 87,55 bilhões ao ano, e com as despesas de capital, que incluem os repasses ao BNDES, a média anual é de R$ 24,11 bilhões.

Por fim, o Ministério chama atenção para a reforma tributária, que pode fundir tributos e mudar as destinações atualmente previstas na Constituição, e ressalta a necessidade de ações governamentais para alertar todos os envolvidos no processo sobre a importância da manutenção das destinações do FAT.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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