(ANSA) – O filho de Jorge Enrique Pizano, principal testemunha no escândalo de pagamento de propinas realizado pela construtora brasileira Odebrecht na Colômbia, foi envenenado três dias depois da morte de seu pai.
O falecimento do arquiteto Alejandro Pizano Ponce de León foi confirmado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Médico Legal e pela procuradoria geral da Colômbia. A polícia local investiga o caso. Em entrevista coletiva, a vice-promotora-geral colombiana, María Paulina, afirmou que a autópsia revelou que a morte foi causada por envenenamento com cianureto. Segundo ela, as provas encontradas na residência dos pais de Alejandro indicam que “o cianeto estava em uma garrafa de água saborizada encontrada no escritório de seu pai, da qual tomou um gole”.
Jorge Enrique Pizano, pai do arquiteto, que sofria com um câncer, foi vítima de um infarto há três dias. Seu filho havia chegado de Barcelona, na Espanha, para participar do funeral.
As duas mortes causam uma reviravolta no caso, principalmente porque Pizano foi responsável por fazer importantes revelações sobre o caso Odebrecht no país.
O engenheiro denunciou irregularidades em contratos e subornos dentro de um projeto de construção de estradas que contou com a participação da Odebrecht e de consórcios colombianos entre 2010 e 2014.
Antes de sua morte, Pizano tentou se tornar uma testemunha protegida pela Justiça dos Estados Unidos em troca de diversas provas, inclusive ele deixou uma entrevista gravada, exibida ontem (13) pela emissora “Notícias Um”, na qual revelava que o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, sabia do esquema de corrupção pela Odebrecht no país desde 2013, três anos antes de assumir o cargo.
O canal informou que os áudios só foram entregues à emissora por Pizano com o pedido de que fossem tornados públicos caso ele morresse.
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