A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou nesta quarta-feira (6) apoio ao movimento em favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“A presidenta Dilma não está se mostrando capaz de unir a sociedade para um grande projeto de recuperação da economia brasileira. Como somos parte hoje dessa economia que, de alguma maneira, está sobrevivendo, achamos que é necessária urgentemente a conclamação de todos para um grande pacto nacional. Diante disso, consultadas as nossas bases, elas julgaram que temos que estar a favor do afastamento de Dilma”, disse o presidente da CNA, João Martins da Silva, em entrevista à imprensa.
A decisão, segundo Silva, foi tomada após pressão de produtores rurais, sindicatos e federações do setor agropecuário, motivada pela declaração de um dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que conforme a CNA, teve o objetivo de incentivar a invasão de propriedades rurais. A declaração do dirigente da Contag foi feita durante cerimônia no Palácio do Planalto.
“O que motivou [a decisão] foi a pregação, por parte da Contag, da intranquilidade no campo. O produtor rural tem que ter a certeza de que não existe intranquilidade para produzir”, disse Martins.
Na última sexta-feira (1º), o secretário de Finaças e Administração da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Santos, disse que os trabalhadores do campo iriam ocupar fazendas e gabinetes de parlamentares da chamada “bancada da bala”. As afirmações foram feitas por Santos no Palácio do Planalto, em cerimônia de assinatura de decretos de desapropriação de terras para a reforma agrária. “Vamos ocupar as propriedades da bancada da bala. Vamos ocupar os gabinetes deles, mas também as fazendas deles”, disse Santos na ocasião.
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse ontem (5) que considera a reação de movimentos sociais do campo, que têm se mobilizado contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, proporcional à ação de grupos que trabalham pelo impedimento.
Ao analisar o futuro cenário político, o presidente da CNA disse que caso não ocorra o impeachment, a presidenta perderá a condição de governabilidade com o apoio de apenas um terço do Congresso Nacional. No caso de impeachment, ele espera que seja possível construir um grande pacto nacional para recuperar o país.
Questionado sobre a posição da CNA em relação à presidenta licenciada da entidade e ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), que decidiu permanecer no cargo mesmo após o partido ter saído da base de apoio do governo, João Martins respondeu que a confederação não vai se posicionar. “Ela se distanciou do produtor rural quando optou por continuar a defender um governo que a cada dia está se desintegrando”.
Da Agência Brasil
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