Desde que foi criado, o Bolsa Família se tornou um importante programa social de transferência de renda no Brasil, ajudando milhões de famílias a superar um pouco a pobreza e a desigualdade social. No entanto, recentes dados apontam para uma situação preocupante: em alguns estados, o número de beneficiários do Bolsa Família ultrapassa o de empregados formais. É o caso do Rio Grande do Norte, que apresenta mais famílias cadastradas no programa social do que trabalhadores com carteira assinada.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados em abril de 2023, o Rio Grande do Norte conta com 511.084 famílias cadastradas no Bolsa Família, enquanto o número de trabalhadores formais com carteira assinada é de 458.743. Isso significa que o número de beneficiários do programa social é maior do que o de trabalhadores empregados no estado.
A situação é alarmante, principalmente porque o Bolsa Família foi criado para ser um programa temporário de combate à pobreza, que ajudaria as famílias a se tornarem autossuficientes a longo prazo. No entanto, a realidade do RN mostra que muitas famílias continuam dependendo do benefício para sobreviver.
O valor médio do benefício do Bolsa Família no Rio Grande do Norte é de R$ 660,30, o que representa um importante suporte financeiro para muitas famílias em situação de vulnerabilidade social. Além disso, o estado conta com o Benefício Primeira Infância, que garante um adicional de R$ 150 para cada criança de zero a seis anos na composição familiar. Ao todo, 184.050 crianças serão assistidas por esse benefício no RN.
Municípios com maior número de benefícios no RN
Cinco municípios do estado têm mais de 15 mil famílias contempladas com o Bolsa Família neste mês, com Natal liderando a lista com 79.369 famílias assistidas, seguida por Mossoró (36.791), Parnamirim (23.629), São Gonçalo do Amarante (18.512) e Macaíba (15.039). Além disso, o estado terá 140.864 famílias contempladas com o Auxílio Gás em abril.
Outros estados
Embora o Bolsa Família seja fundamental para muitas famílias no estado, a dependência do programa social também pode gerar problemas a longo prazo. A falta de oportunidades de emprego formal pode impedir que essas famílias se tornem autossuficientes, perpetuando um ciclo de pobreza e dependência.
A situação do Rio Grande do Norte não é única no Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, há 13 estados no país (sendo os 9 do Nordeste e 4 do Norte) em que o número de beneficiários do Bolsa Família é maior do que o de empregados formais. Em alguns estados, como o Maranhão, a relação de dependência do benefício é mais forte, com duas famílias recebendo o Bolsa Família para cada trabalhador com carteira assinada.
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