Quadrilha Junina é oficializada como manifestação cultural nacional
Com a sanção presidencial, o estilo de dança passa a integrar o grupo que inclui também as escolas de samba, o forró e as festas juninas.
Nesta segunda-feira, 24 de junho, dia de São João, a quadrilha junina foi oficialmente reconhecida como uma manifestação da cultura nacional. A Lei Nº 14.900/2024, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Com a sanção presidencial, a quadrilha junina se junta a outras tradições culturais como as escolas de samba, o forró e as festas juninas, todas reconhecidas oficialmente. Segundo a ministra Margareth Menezes, “o reconhecimento contribui para o fortalecimento da nossa identidade cultural, além de valorizar essa dança tradicional presente nas festas juninas promovidas no país.”
Tião Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do Ministério da Cultura (MinC), destacou a importância da quadrilha junina. “As quadrilhas juninas são importantes manifestações das culturas populares e tradicionais do Brasil. Elas representam alta relevância de nosso patrimônio cultural nacional, pois resgatam tradições, reconhecem, valorizam e fortalecem identidades regionais, nacionais e promovem a inclusão social através da participação coletiva, característica peculiar das festas populares do Brasil.”
Jadenilson Gomes, vice-presidente da Federação de Quadrilhas Juninas de Pernambuco (Fequajupe), celebrou a sanção da Lei Nº 14.900/2024 como uma grande conquista. “Esse reconhecimento pelo poder público abre portas para a gente, que vive na batalha,” disse ele, que integra a quadrilha Mandacaru, do município de Limoeiro.
Origem da Quadrilha Junina
A origem da quadrilha junina remonta ao início do século 19, quando chegou ao Brasil com a corte portuguesa. Inicialmente conhecida como quadrille, a dança de salão composta por quatro casais surgiu na Paris do século 18 e era praticada pela elite. No Brasil, a quadrilha se popularizou entre os aristocratas e, com o tempo, incorporou elementos culturais, religiosos e folclóricos nacionais, adaptando-se ao contexto local. Durante esse processo, o número de pares aumentou, os passos e ritmos franceses foram substituídos por músicas típicas e o tradicional casamento caipira foi integrado à dança.
Hoje, a quadrilha junina é um símbolo importante não só culturalmente, mas também social e economicamente, especialmente no Nordeste do Brasil. Em Campina Grande, Paraíba, famosa por realizar uma das maiores festas de São João do Brasil, a quadrilha junina estabeleceu um novo recorde este ano. A cidade reuniu 1.280 pares, conquistando o décimo título consecutivo de maior quadrilha junina do país.
A íntegra da Lei Nº 14.900/2024 pode ser acessada aqui.
