Bolsonaro estava ‘envolvido até os dentes’ na tentativa de golpe, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comentar o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que Bolsonaro estava “envolvido até os dentes” no que chamou de perspectiva de golpe de Estado. “Acho que ele está altamente comprometido. A cada dia, vão aparecendo as coisas e, a cada dia, vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes. É isso que vai ficar claro.”

Ao participar de uma coletiva de imprensa em Nova Déli, na Índia, Lula optou por não comentar detalhes sobre o acordo feito de delação que foi homologado no último sábado (9) através do Supremo Tribunal Federal. “Não sei o que está lá. Só sabe o delegado que ouviu e o coronel que prestou depoimento. O resto é especulação”. “O tempo vai se encarregar. A única chance que ele (Bolsonaro) tinha de não participar disso era quando ele estava preocupado em vender as joias. Fora isso, ele é o responsável por parte das coisas ruins que aconteceram no nosso país”, pontuou.

Na decisão, proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, foi determinado também que o tenente-coronel fosse afastado do Exército. Cid, que estava preso desde maio por participação em um esquema de fraude em cartões de vacinação, foi solto com medidas com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Para Lula, a delação de Cid tende também a deixar ‘ainda mais claro’ que ‘Bolsonaro responsável por parte das coisas ruins que aconteceram’.

“É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias”, afirmou o brasileiro na coletiva concedida na Índia, onde participa da reunião do G20.

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O acordo de delação do ex-ajudante de Bolsonaro, entra em uma nova fase

Após ser homologado pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), o acordo de delação de Mauro Cid, entra em uma nova fase. De acordo com as pessoas que acompanham a investigação, os principais esclarecimentos já foram prestados em depoimento, e a dinâmica agora passa a se concentrar na checagem e busca de corroboração de provas ou indícios fornecidos por Cid à Polícia Federal (PF).

Através disso, as chamadas “diligências complementares”, realizadas para robustecer ou derrubar relatos feitos pelo delator, também entram em cena. A delação de Mauro Cid é o maior rombo já desferido à fuselagem de Bolsonaro, admitem aliados. Cid era uma espécie de sombra do ex-presidente. Acionado a todo instante para resolver pendências de ordem política ou pessoal.

Ele está umbilicalmente vinculado aos três principais eixos da investigação até aqui: fraude em cartão de vacina, desvio de presentes valiosos e a articulação para tentar um golpe após a derrota nas eleições de 2022. Neste último, segundo a PF. Cabia a Cid buscar algum lastro legal para a ruptura. Inclusive com a encomenda, repasse e distribuição de teses fajutas sobre o já agastado artigo 342 da Constituição.

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