Lula discursa no Foro de São Paulo e diz que não se ofende em ser chamado de comunista
O presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcou presença na abertura do 26° encontro do Foro de São Paulo. Lula afirmou que tem orgulho de ser chamado de “comunista” e aproveitou para criticar a “direita fascista”.
O evento aconteceu em Brasília na última quinta-feira (29), o presidente do Brasil se encontrou com os partidos da esquerda da América Latina. O Foro começou na quinta-feira e vai até o próximo domingo, (02).
“Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso que a gente aprendeu a historicamente combater”, disse Lula afirmando que o “discurso do patriotismo e da família” não estão caminhando em conjunto com o progressismo.
“Eles nos acusam de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista. Mas de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes”, completou Lula.
“É por isso que aprendi ao longo da minha vida a respeitar o companheiro Fidel Castro. Em toda relação que tive ele nunca deixou de fazer a crítica pessoalmente e não deixou de elogiar publicamente”, pontuou Lula em relação a estratégia ensinada por Fidel, ex-ditador cubano.
Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo foi fundado em 1990 pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil e pelo Partido Comunista de Cuba. A cerimônia se trata de um encontro realizado com os partidos da esquerda da América Latina e tem como tema principal a “Integração Regional para Avançar a Soberania Latino-americana e Caribenha”.
Depois da pandemia do coronavírus as reuniões foram retomadas presencialmente e serão realizadas anualmente. Sua última edição aconteceu em Caracas na capital da Venezuela em 2019.
Além do presidente Lula, estiveram presentes a ministra da Ciência e Tecnologia e presidente do PCdoB, Luciana Santos, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
Na porta da sede do evento houve protesto de manifestantes da oposição.