Bomba em Brasília: Depoimento de George Washington à CPI é marcado por contradições e momentos de silêncio
Em depoimento nesta quinta-feira (29) na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), George Whashington de Oliveira Souza, um dos condenados por tentativa de explodir bomba em Brasília, passou a maior parte do tempo em silêncio. Nas poucas vezes em que respondeu aos questionamentos dos parlamentares, o depoente entrou em contradição.
O atentado aconteceria nos arredores do aeroporto internacional de Brasília em 24 de dezembro. Quando questionado sobre assuntos relacionados ao ocorrido, George Whashington repetia: “Permanecerei calado”. Na ocasião do ataque o objetivo era de criar uma explosão em um caminhão-tanque abastecido com milhares de litros de combustível de aviação.
Apesar de ter se mantido quase sempre em silêncio durante a sessão, anteriormente George Whashington confessou a Polícia Civil do Distrito Federal que teve a intenção de cometer o atentado. Na ocasião ele afirmou que veio á capital federal com o objetivo de participar das manifestações golpistas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022.
Além dessa acusação sobre o atentado, ele também está sendo acusado de participar da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, no dia 12 de dezembro. Dia oficial da diplomação de Lula, presidente eleito.
Atentado em Brasília: Depoimento de Alan dos Santos
Antes de George Washington depor na CPI foi a vez do vigilante Alan Diego dos Santos, contar sua versão dos fatos sobre o atentado. Ele alegou ter sido “ameaçado por elementos da extrema direita” para que transportasse a bomba armada no caminhão-tanque.
“Precisava colocar para manter minha família em segurança. Eu levei, porque tinha que levar para eu não sofrer represália. Eu tenho medo. Não sei se minha família alguém já morreu, ninguém deixa eu falar com a minha família”, afirmou Alan dos Santos aos deputados distritais.
O vigilante decidiu permanecer em silêncio quando foi questionado sobre quem seria o autor das ameaças sobre o atentado. “Eu já estava sozinho aqui em Brasília. Se a pessoa mostrou pra mim o material e que ia fazer, como eu ia sair depois de ser ameaçado? Eu poderia não querer levar o artefato, eles ‘sumir’ comigo e me matar”, disse.
No dia do ocorrido o depoente disse ter falado com a polícia e deixou isso claro durante seu depoimento. “Liguei para a polícia informando, mas eles não entendiam. Quando cheguei na via, o caminhão já tinha saído e a caixa estava no chão”, descreveu o vigilante afirmando que ele precisou colocar com suas próprias mãos o explosivo no caminhão.
Para finalizar Alan dos Santos disse que a ação ocorreu com Wellington Macedo de Souza presente, que segue foragido desde o acontecimento. Além de assegurar que George Washington foi o responsável por montar a bomba. “Nunca neguei os fatos, mas essa parte eu prefiro falar com os delegados. É uma coisa sigilosa. Não posso falar sobre esse assunto”, pontuou.