Haddad anuncia corte de R$ 25,9 bilhões após revisão de programas sociais
É o pente-fino dos benefícios. A Previdência Social dará início à convocação de beneficiários do auxílio-doença e aposentadorias por invalidez já em julho.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte significativo de R$ 25,9 bilhões no orçamento, visando atender às exigências do arcabouço fiscal. A medida, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é resultado de uma revisão minuciosa de programas sociais, conduzida ao longo dos últimos 90 dias por diversos ministérios.
Em uma reunião com Lula e outros ministros importantes, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Haddad detalhou o plano de cortes.
“Nós já identificamos R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados forem comunicados dos limites que vão ser dados para o Orçamento de 2025. […] O número foi levantado linha a linha daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais. É o pente-fino dos benefícios. Esse número já está consolidado pelos próprios ministérios”, afirmou o ministro.
A Previdência Social dará início à convocação de beneficiários do auxílio-doença e aposentadorias por invalidez já em julho. Além disso, o governo revisará o Benefício de Prestação Continuada (BPC), direcionado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, como parte desse pente-fino.
Haddad esclareceu que a comunicação oficial aos ministérios sobre os cortes ocorrerá nas próximas semanas, e algumas medidas poderão ser divulgadas já no relatório bimestral das contas do governo federal, previsto para o dia 22 de julho.
“Isso também é uma determinação do presidente. Que nós combinemos os dois elementos para cumprir o arcabouço em 2024 e garantir um Orçamento equilibrado em 2025 com esse corte das despesas obrigatórias depois desse pente-fino feito nos últimos 90 dias”, acrescentou.
As decisões visam estabilizar o mercado, especialmente diante da alta do dólar e das críticas frequentes de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A equipe econômica de Haddad vinha enfrentando pressão para anunciar cortes nos gastos federais como uma forma de acalmar os investidores e garantir a confiança no mercado.
Essas ações fazem parte de um esforço contínuo do governo para manter o equilíbrio fiscal e assegurar um orçamento mais controlado nos próximos anos, focando em uma gestão financeira que reflita a responsabilidade com as finanças públicas e os programas sociais do país.