Irmão do prefeito de João Dias e seguranças foram presos, diz Sesed
De acordo com o delegado Alex Wagner, responsável pelas investigações, as prisões afirmando que a medida visava "evitar um derramamento de sangue na cidade".
Em uma ação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sesed), 12 pessoas foram presas em João Dias e municípios próximos após o assassinato do prefeito Marcelo Oliveira, morto a tiros na terça-feira (27). Entre os detidos estão dois suspeitos diretamente envolvidos no homicídio. As informações foram confirmadas durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (28).
Outros indivíduos também foram detidos, incluindo um irmão do prefeito e nove seguranças da família (sendo três deles policiais militares), todos sob a acusação de porte e posse ilegal de armas. Não há informações de envolvimento deles no assassinato do prefeito. No entanto, Alex Wagner, delegado da Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), justificou as prisões afirmando que a medida visava “evitar um derramamento de sangue na cidade“, dado o risco de represálias por vingança.
Segundo o delegado de Polícia Civil, o grupo foi detido na zona rural de João Dias, onde foram encontrados em dois veículos de grande porte. Com eles, a polícia apreendeu um arsenal de 13 armas de fogo, incluindo um fuzil 5.56, espingardas e pistolas de grosso calibre. “Os presos foram autuados pelos crimes de constituição de milícia privada e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito“, destacou Wagner. Todos os detidos passarão por audiência de custódia, onde será decidido se responderão em liberdade ou permanecerão presos.
Suspeitos da morte do prefeito de João Dias
Os suspeitos de participação direta no assassinato foram capturados durante uma perseguição em Antônio Martins, município vizinho a João Dias, onde o taxista envolvido na fuga dos criminosos foi interceptado. Segundo o delegado Wagner, “o taxista estava auxiliando na logística da fuga dos criminosos“. Durante a abordagem, dois ocupantes do carro conseguiram fugir para uma área de mata, enquanto outros dois, incluindo o taxista, foram detidos. No veículo, os policiais encontraram uma espingarda e munições.
A motivação para as mortes de pai e filho ainda estão sendo investigadas. “Importante ressaltar o empenho dos policiais em dar uma resposta rápida. Em menos de oito horas após o crime, conseguimos prender suspeitos e tirar muitas armas de circulação. Mas também é importante dizer que os esforços continuam“, acrescentou o titular da Sesed, coronel Francisco Araújo.
A coletiva de imprensa também abordou a segurança do prefeito antes de sua morte. O secretário coronel Francisco Araújo afirmou que não houve nenhum pedido formal de segurança por parte de Marcelo Oliveira. “Não existiu nenhum documento formalizado de pedido de segurança pessoal“, esclareceu Araújo, reiterando que também não houve solicitações para reforçar a segurança municipal, conforme afirmado pelo comandante da PM na região do Alto Oeste, Nitoildo Dantas.
Detalhes do crime
Marcelo Oliveira foi baleado na manhã do dia 27 de agosto em um atentado ocorrido na cidade de João Dias. Conforme relatado pela Polícia Civil, o prefeito foi imediatamente levado para um hospital em Catolé do Rocha, na Paraíba, a aproximadamente 15 km de distância do local do atentado. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
Além de Marcelo, seu pai, Sandi Alves de Oliveira, também foi atingido pelos disparos. Sandi foi alvejado na cabeça com uma arma de grosso calibre e morreu no local do crime. Segundo informações fornecidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed), as circunstâncias e a motivação do atentado ainda não foram esclarecidas, e uma investigação está em andamento para identificar os responsáveis.
A população de João Dias, ainda abalada, aguarda por respostas sobre os detalhes do crime. A polícia pede que qualquer informação relevante seja compartilhada anonimamente através dos canais de denúncia.