Porto de Natal intensifica exportações com 6 mil toneladas de frutas por semana
O navio da empresa Cool Carriers, de bandeira panamenha, está ancorado no Porto de Natal para receber o embarque das frutas.
O Rio Grande do Norte deu início à exportação da safra de frutas 2024/2025, com um volume de exportação duas vezes maior em comparação ao ano anterior. Este avanço é resultado de uma colaboração entre o Governo do Estado, o Governo Federal, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) e a iniciativa privada, consolidando o Porto de Natal como um dos principais pontos de saída de frutas do Brasil.
Durante visita ao Porto, a governadora Fátima Bezerra destacou o impacto positivo das medidas adotadas: “As carretas e contêineres estão de volta em grande volume ao Porto de Natal. Isso significa a dinamização e o crescimento da atividade econômica, gerando emprego e renda para o nosso povo. As ações tomadas consolidam o RN como um dos três maiores exportadores de frutas do país”, afirmou a governadora. Ela ressaltou ainda que, com toda a logística concentrada dentro do estado, a economia se fortalece, abrindo novas oportunidades.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Guilherme Saldanha, explicou que, após a desistência da empresa CMA de usar o Porto de Natal, foram realizados estudos para a retomada e ampliação das exportações. “Conseguimos, junto ao Governo Federal, Codern e iniciativa privada, recursos para a reforma e adequações no porto, além da instalação do cross docking e de uma câmara fria para agilizar o embarque“, detalhou Saldanha. Ele acrescentou que a expectativa é de que 50% das frutas produzidas no RN sejam exportadas pelo Porto de Natal, um aumento significativo em relação aos 30% da safra anterior.
Recentemente, o Governo do Estado obteve a confirmação do ministro Sílvio Costa Filho, da pasta de Portos e Aeroportos, de que serão liberados R$ 60 milhões para a dragagem do canal do Rio Potengi, o que deve melhorar o acesso ao Porto de Natal. Além disso, R$ 10 milhões serão investidos na recuperação das defensas da Ponte Newton Navarro, com os recursos previstos para 2024 e a dragagem programada para 2025.
Investimentos em infraestrutura potencializam exportações
Os investimentos públicos no Porto de Natal também atraíram o interesse de empresas privadas, como a Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora de melão do Brasil, com operações em Baraúna, Mossoró e Assu. A empresa adquiriu 75 carretas-frigorífico, cada uma com capacidade para 30 pallets de uma tonelada, para transportar a produção até o Porto de Natal. “Para nós, o Porto de Natal é mais próximo e permite o embarque da fruta colhida no dia anterior, com entrega na Espanha, por exemplo, em apenas seis dias”, explicou Ítalo de Souza, representante da Agrícola Famosa.
O diretor técnico e comercial da Codern, Fábio Henrique, ressaltou a importância dos recursos federais para o crescimento das exportações: “Com o apoio do Governo do Estado, conseguimos dotar o Porto de Natal de melhor infraestrutura, que agora permite esse aumento nas exportações.” Nino Ubarana, presidente da Codern, também mencionou os investimentos adicionais de R$ 8,5 milhões na reforma de galpões, armazéns e na instalação de sistemas de energia fotovoltaica. Segundo ele, essas melhorias consolidam o Porto de Natal como uma rota estratégica para exportações, especialmente devido à sua proximidade com a Europa.
Operação em pleno vapor
A operação de exportação conta com a participação do navio da Cool Carriers, de bandeira panamenha, ancorado no Porto de Natal para o embarque das frutas. A Agrícola Famosa é a maior produtora de melões e melancias do Brasil, além de cultivar manga e mamão, com o melão representando 25% das exportações do RN. As atividades da empresa geram cerca de 20 mil empregos nas regiões de Mossoró, Baraúnas e Assu.
Espera-se que um navio seja carregado por semana, com cerca de 200 carretas transportando 4.500 pallets e 50 contêineres, totalizando 6.000 toneladas por navio. Além disso, há a previsão de que o Porto de Natal seja utilizado para o embarque de frutas produzidas no Vale do Rio São Francisco, em Petrolina, Pernambuco.