Lula continua ‘sonhando’ com exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Nesta quinta-feira (03) o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que quer “continuar sonhando” com a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e que a decisão do Ibama, que barrou a perfuração, “não é definitiva”. Anteriormente órgão ambiental negou uma licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório a cerca de 160 km da costa do Oiapoque (AP), no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

A região do Amazonas é chamada de Margem Equatorial, que abrange todo o litoral norte e alcança a do Rio Grande do Norte, no Nordeste. Além disso, é considerada é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país.

Eu vou dizer para vocês que vocês podem continuar sonhando e eu também quero continuar sonhando. Nós tínhamos a Petrobras com uma plataforma preparada para fazer pesquisa nessa região. Houve um estudo do Ibama que dizia que não era possível, mas esse estudo do Ibama não é definitivo, porque eles apontam falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir”, afirmou Lula durante entrevista à rádios da Amazônia.

O chefe do executivo ainda enfatizou que o assunto ainda está sendo discutido e que a decisão é “muito importante”. O presidente ressaltou que é preciso pesquisar como será possível evitar um desastre ambiental, mas que o caso deve ter um desfecho em breve. “Estamos discutindo isso. Eu acho que essa é uma decisão muito importante, uma decisão que o estado brasileiro tem que tomar. Mas o que a gente não pode é deixar de pesquisas” afirmou e ainda completou.

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“E vamos então pesquisar. Nós estamos num processo de discussão interna e acho que logo, logo a gente vai ter uma decisão do que a gente pode fazer. A gente primeiro tem que explorar, tem que fazer a pesquisa. Se a pesquisa apontar, constatar que a gente tem o que a gente pensa que tem lá embaixo, ai sim nós vamos fazer a segunda discussão. Como fazer para explorar sem causar nenhum prejuízo a qualquer espécie amazônica”, pontuou Lula.

Lula pretende realizar novas pesquisas

De acordo com as expectativas, pode-se abranger reservas que variam entre 10 bilhões a 30 bilhões de barris de óleo equivalente, o que significaria reservas entre US$ 770 bilhões a US$ 2,3 trilhões. Caso haja autorização, o início de produção está previsto para 2030. A exploração geraria uma nova fonte de recursos para estados da região.

“Nós estamos vendo o Suriname explorando petróleo, a Guiana explorando petróleo e eu acho que Trinidade e Tobago já está explorando. Nessa margem equatorial deve ter petróleo e ela fica uma distância muitos quilômetros longe da margem e nós vamos então pesquisar”, enfatizou Lula nesta quinta-feira.

No dia 4 de abril de 2014 foi iniciado o processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, a a pedido da BP Energy do Brasil, empresa originalmente responsável pelo projeto. Em dezembro de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram transferidos para a Petrobras.

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