O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse na última sexta-feira que o Teerã e outras nações da região vão “vingar” o assassinato do general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, unidade da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã responsável pelas operações especiais no exterior, segundo informa a Reuters.
“O martírio de Soleimani tornará o Irã mais determinado a resistir à expansão dos Estados Unidos e defender nossos valores islâmicos. Sem dúvida, o Irã e outros países que buscam liberdade na região se vingarão”, disse Rohani.
Enquanto isso, o porta-voz da Guarda Revolucionária, Brigadeiro-General Ramezan Sharif, disse que “os guardas revolucionários do Irã, forças anti-EUA, vingarão Soleimani em todo o mundo muçulmano”, segundo a Reuters.
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, classificou os ataques dos EUA de “ato de terrorismo internacional”. Segundo o ministro, a ação “é extremamente perigosa” e Washington terá que enfrentar suas consequências.
Por sua parte, o líder supremo do Irã, Ali Hosseiní Khameneí, alertou que os “criminosos” que mataram Soleimani aguardem uma vingança forte. “Todos os inimigos devem saber que a resistência continuará com uma motivação dupla e que uma vitória definitiva aguarda os combatentes na guerra santa”, disse Khamenei, anunciando três dias de luto nacional.
Rússia
Após a morte dos militares, o chefe de Estudos Americanos da Universidade de Teerã, Mohammad Marandi, comentou que o papel de Soleimani na liquidação do Estado Islâmico o tornou “um herói nacional” no Irã e em outros países da Oriente Médio.
Nesse contexto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova, disse que após esse ataque norte-americano o mundo enfrentará “uma nova realidade”.
“Certamente hoje enfrentamos a demonstração de uma nova realidade, ou seja, a eliminação de um representante do governo de um Estado soberano, um funcionário público, sem correlação dessas ações com nenhuma base legal”, afirmou a porta-voz em uma entrevista com o canal Rossiya 24.
Segundo Zajárova, é “um fato extremamente importante, que leva a situação a um nível completamente diferente”.
Além disso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse em um post em seu Facebook que “além da escalada de tensão na região, que inevitavelmente atingirá milhões de pessoas, esse [ataque dos EUA] não levará a nada”.
Ataques dos EUA
Na última quinta-feira (2) os EUA realizaram um ataque com mísseis perto do aeroporto internacional de Bagdá (Iraque), no qual o general iraniano Qassem Soleimani foi morto.
O Pentágono disse que o ataque foi realizado “sob a direção” do presidente dos EUA , Donald Trump, e “que pretendia impedir futuros planos de ataque iranianos”.
O Departamento de Defesa acusou Soleimani de “desenvolver ativamente planos para atacar diplomatas dos EUA e membros do serviço no Iraque e em toda a região”.
Outra vítima do atentado desta quinta-feira foi Abu Mahdi al Muhandis, chefe das Forças de Mobilização Popular (FMP) e comandante da milícia Kataib Hezbollah (KH). Em 29 de dezembro, suas bases foram atacadas pelos EUA, uma ação que deixou um saldo de 25 mortos e causou o ataque à embaixada dos EUA na capital iraquiana.
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