Em um fórum empresarial realizado em Pequim, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) anunciou nesta quarta-feira (29) que o Brasil assinou mais de 20 acordos de cooperação com a China, visando a facilitar as negociações de comércio e investimento entre os dois países.
A Apex informou que os acordos serão realizados diretamente entre o real brasileiro e o yuan chinês, descartando o uso do dólar americano. A expectativa é que isso reduza os custos das transações comerciais entre as duas nações.
Um dos acordos firmados envolve o banco brasileiro BBM, controlado pelo Banco de Comunicações da China (BOCOM). Esse banco agora faz parte do sistema interbancário de pagamentos da China, que é uma alternativa ao sistema internacional Swift. Isso significa que o BBM será o primeiro participante direto deste sistema na América do Sul.
Outro acordo firmado durante o fórum empresarial foi a criação de uma Câmara de Compensação, que permitirá o fechamento de negócios e empréstimos sem a necessidade do dólar como intermediário. A sucursal brasileira do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) atuará como banco de compensação do yuan.
A Apex também formalizou parcerias com empresas chinesas, como a aceleradora Venture Cup China e a Beijing Hycore Innovation, além de empresas brasileiras, como BMV Global, Vale e Suzano. O objetivo é fomentar a inovação, a sustentabilidade e a parceria em diferentes setores da economia brasileira e chinesa.
O evento foi organizado pela ApexBrasil, com apoio do governo federal, do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e uma ampla rede de parceiros. Autoridades brasileiras e chinesas, bem como empresários de ambos os países, participaram do evento.
Brasil e China
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e uma das principais origens de investimento no país. Em 2022, a corrente de comércio entre Brasil e China atingiu um recorde de US$ 150,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 89,7 bilhões e importações de US$ 60,7 bilhões.
Em 2021, a China foi o oitavo maior investidor (e o primeiro da Ásia) no Brasil, à frente do Japão, da Coreia do Sul e da Índia. O estoque de investimento estrangeiro direto (IED) da China no Brasil cresceu US$ 7,1 bilhões em 2021, um aumento de 31% em relação a 2020. O estoque de IED brasileiro na China aumentou 114% entre 2012 e 2021, reforçando a crescente importância do país asiático como destino da internacionalização das empresas brasileiras.
A expectativa é que esses acordos assinados durante o fórum empresarial reforcem ainda mais as relações comerciais e de investimentos entre Brasil e China.
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