A Administração Federal de Aviação dos EUA emitiu um comunicado proibindo pilotos e transportadoras americanas de sobrevoar o espaço aéreo iraquiano e iraniano, bem como o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã.
Segundo a agência, pode haver um “possível erro de cálculo ou identificação incorreta” de aeronaves civis em meio às tensões entre Washington e Teerã. A medida de emergência ocorre após ataques aéreos do Irã contra duas bases iraquianas que abrigam tropas americanas.
Pelo menos duas bases que abrigam forças americanas e da coalizão internacional no Iraque foram atingidas por mais de uma dúzia de mísseis lançados a partir do Irã, informou o Pentágono na noite desta terça-feira (7).
Segundo o governo norte-americano, entre os alvos está a base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do país, e a localizada em Erbil, na região curda do Iraque, que abriga pelo menos 100 militares da Alemanha.
Até o momento, há relatos de vítimas iraquianas, mas ainda não se sabe a quantidade e o estado de saúde. A emissora CNN, citando autoridades americanas, no entanto, disse que não há informações sobre vítimas dos EUA. Conforme apuração da ANSA, o contingente militar italiano em Erbil está reunido em uma área de segurança e todos os soldados estão ilesos. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis. A ofensiva, conforme revelado pela TV estatal iraniana, faz parte de uma retaliação contra os Estados Unidos pelo ataque autorizado pelo presidente Donald Trump, que resultou na morte do general Qassem Soleimani na semana passada.
“Está claro que esses mísseis foram lançados do Irã. Estamos trabalhando em avaliar os danos iniciais da batalha”, afirmou o Pentágono. A imprensa iraniana também relatou que houve uma segunda onda de ataques. A operação foi batizada como “Mártir Soleimani”.
“Estamos alertando todos os aliados dos americanos, que deram suas bases ao seu exército terrorista, de que qualquer território que seja ponto de partida de atos agressivos contra o Irã será alvo”, declarou a Guarda Revolucionária do Irã por meio da Irna, a agência de notícias oficial iraniana.
Além disso, as autoridades do Irã também ameaçaram Israel e afirmaram que, se os Estados Unidos responderem o ataque, vão fazer uma ofensiva “dentro da América”.
“Se o Irã for atacado em seu território, Dubai, Haifa e Tel Aviv serão atingidos em uma terceira rodada de ataques do Irã”, disse a Guarda Revolucionária no aplicativo Telegram. A Casa Branca, por sua vez, já declarou que Trump foi informado sobre os ataques e está “monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional”, informou Stephanie Grisham, secretária de imprensa.
O republicano deve fazer um pronunciamento na manhã desta quarta-feira (8). Enquanto isso, o Conselho de Segurança Nacional se reuniu em Washington na presença do secretário de Estado, Mike Pompeo, e do secretário da Defesa, Mark Esper, para debater a ofensiva.
O ataque acontece horas depois do sepultamento do comandante iraniano Soleimani, que foi morto durante uma ofensiva americana em Bagdá. O general era considerado o segundo homem mais poderoso do país.
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