Se você precisasse de mais uma razão para amar seu cachorrinho, aqui está uma boa: seu amigo peludo pode ajudá-lo a viver por muito mais tempo.
Pesquisadores da Suécia analisaram mais de 3,4 milhões de pessoas suecas (entre 40 e 80 anos) sem doença cardíaca ao longo de um período de 12 anos. Alguns criavam cães e outros não. Observando quantos morreram durante esse período e ajustando-se para fatores relevantes como idade e sexo, os cientistas calcularam o risco de morte. Acontece que os proprietários de cães tinham um risco 20 por cento menor de morrer em comparação com pessoas que não tinham um cachorro. Os benefícios foram particularmente fortes para os donos de cães que viviam sozinhos: tinham um risco 33 por cento menor de morte e um risco 8 por cento menor de doença cardiovascular, como acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
A pesquisa ainda revelou que viver com animais de estimação tem certos benefícios para a saúde: as pessoas que possuem cães tendem a ser mais fisicamente ativas, por exemplo, e têm menor pressão arterial. O estudo foi publicado nesta sexta-feira (17) na revista Scientific Reports. “Poderia ser uma intervenção de estilo de vida muito eficiente quando se tem um cachorro”, disse a autora de estudo, Tove Fall, professor de epidemiologia na Universidade de Uppsala. “Para algumas pessoas que se sentem sozinhas ou têm problemas para manter um bom estilo de vida, isso pode ser uma boa ajuda”.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram 12 anos de dados recolhidos pelo governo em 3,4 milhões de residências suecas, que incluem informações sobre nascimento, sexo, idade, saúde, estado civil, bem como a morte. Desde 2001, os proprietários de cães na Suécia tiveram de registrar seus cachorros usando uma tatuagem de orelha ou um chip subcutâneo, então os pesquisadores também podiam verificar qual dessas 3,4 milhões de pessoas possuía um filhote de cachorro. Os donos de cães foram então comparados com pessoas com menos animais: aqueles que tinham um cachorro tinham menor risco de morte devido a doenças cardiovasculares ou outras causas durante esse período de tempo. Os proprietários de cães que viviam sozinhos apresentavam menor risco de doença cardiovascular, assim como as pessoas que tinham cães de caça em comparação com outras raças.
“As razões exatas por trás dos resultados não são claras: pode ser que as pessoas que possuem cães vivem mais porque são mais fisicamente ativas, ou vivem menos estressadas”, disse a pesquisadora. “As pessoas que vivem sozinhas podem se beneficiar ainda mais porque são as únicas que cuidam do cachorro, então elas são forçadas a ir buscar o cachorro para caminhar. As pessoas solteiras também podem obter um apoio emocional mais forte de seus amigos peludos, uma vez que não vivem com um marido ou têm filhos. Eu consegui meu primeiro cachorro quando eu estava solteira e minha cadelinha era minha melhor amiga”, revelou. “Ela era super importante”.
O estudo tem algumas limitações óbvias: embora os pesquisadores tenham ajustado suas estimativas para fatores como renda e educação, há muita coisa que ainda não foi revelada nesse estudo. Por exemplo, pode ser que as pessoas que vivem sozinhas e que tenham cães tenham um risco menor de doença cardiovascular porque geralmente são mais saudáveis desde o começo. Adotar e criar um cachorro custa tempo e dinheiro, então, se você estiver lidando com um importante problema de saúde e viver sozinho, talvez você pense duas vezes sobre isso. Outro detalhe é que o resultado do estudo foi baseado especificamente na Suécia, então as análises podem ser melhores ou piores em diferentes países.
Ainda assim, os pesquisadores analisaram muitas pessoas e isso fortalece seus resultados. O estudo também está alinhado com o que outras pesquisas encontraram – e o que os donos de cães provavelmente conhecem há muito tempo: os benefícios. A professora Fall reconheceu isso, observando que aqueles com a motivação para cuidar e registrar um cachorro também podem ser mais motivados para cuidar de si mesmos e visitar o médico, por exemplo.
Fall diz que sua família tem um “cachorrinho ativo”, um Retriever Kooikerhondje, com quem seus filhos adoram brincar na floresta. “Nós realmente pensamos que isso contribui para o bem estar na família. É muito bom quando você chega em casa após um dia cansativo, mas o seu cachorro lhe recebe com o mesmo amor, sem se importar com os detalhes. Apenas pula, balança a cauda e é feliz de qualquer maneira”.
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