Que a TV é uma paixão nacional, todos já sabemos. Mas com a consolidação da TV digital no Brasil não apenas o mercado de televisores e as emissoras estão sentindo na pele essa transição. A novidade passa agora a atingir outros setores, como o de carreiras, por exemplo. Sim, a adaptação ao sinal digital trouxe ao país uma nova perspectiva de mercado, que (diga-se de passagem) tem tudo para ser um dos mais promissores no país.
Hoje, cada cidadão passa 6h25 na frente da telinha, segundo dados da Kantar Ibope Media. E cada vez mais o país caminha para o desenvolvimento dessa ferramenta, seja com tecnologias como 4K, HDR, áudio imersivo ou softwares de interatividade. Já se discute no Fórum SBTVD (Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre) maneiras de integrar a programação aberta à plataformas virtuais. Isso levará ao consumidor uma experiência cada vez mais completa e prazerosa. A grande questão é: será que a médio e longo prazo teremos profissionais para garantir a evolução e longevidade da TV? A resposta ainda não existe, mas alguns profissionais já começaram a se adaptar a isso.
É o caso de Rodrigo Cascão, que terminou o curso de Ciência da Computação em 1997 e aproveitou a “bolha da internet” (período entre 1995 e 2000 em que houve um superaquecimento da área) para abrir um e-business. Passados mais de 20 anos do acontecimento desse boom, muitos alunos de cursos como o dele continuam direcionando suas carreiras para o concorrido setor de desenvolvimento e criação de softwares para negócios on-line. Só que esse não foi o caso do Rodrigo, que em 2002 decidiu buscar novos rumos.
O empresário fundou a EiTV, empresa de tecnologia voltada para televisão digital. “O primeiro equipamento que desenvolvemos foi o gerador da grade de programação. Fomos pioneiros nessa tecnologia aqui no Brasil. A partir daí passamos a trabalhar com a implementação da interatividade com o GINGA e com recursos de legendagem, como o Closed Caption”, afirma.
Para o professor do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), Carlos Augusto Rocha, esse mercado tem tudo para crescer ainda mais com a recente procura de estudantes. “A digitalização da TV no Brasil, trouxe mais procura pelo curso de engenharia com ênfase em telecomunicações. Esses profissionais, após formados, poderão trabalhar com expansão de emissoras, redes, módulos e tudo que tenha ligação com o mercado de TV digital”.
Tanto na visão do empresário Rodrigo Cascão quanto para o experiente professor Carlos Augusto, a área é promissora e ainda tem muito a ser explorada. “Hoje há muitas possibilidades de desenvolvimento em telecomunicações, pois é um nicho ainda pouco explorado no Brasil. O que chega a ser um contrassenso, já que vivemos em um país que consome e produz tanto conteúdo de qualidade para TV”, lembra Rodrigo.
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