Conhecido como “queijo suíço” pela facilidade em cavar um túnel para fugir, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, passará por uma reforma. Para viabilizar a reforma dos pavilhões, o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio Grande do Norte invadiu o presídio na tarde desta quarta-feira (19) como parte de uma operação de transferência de detentos que vai envolver diversas unidades prisionais do estado.
No momento da entrada da Choque, os presos estavam recolhidos nos pavilhões e não houve enfrentamento com a polícia. Desde março de 2015, quando as grades das celas do presídio foram destruídas durante uma rebelião, os detentos circulam livremente nos pavilhões do complexo, com exceção do prédio administrativo. O presídio de Alcaçuz comporta 620 presos, mas atualmente tem 1.150 homens.
O clima na Penitenciária Estadual de Alcaçuz está tenso desde a madrugada de sábado para domingo, quando detentos de facções criminosas rivais – em especial do Primeiro Comando da Capital (PCC) e da família do Sindicato do Crime – entraram em confronto, resultando no assassinato de 26 pessoas. O motim ocorreu no pavilhão 4 da penitenciária, quando detentos do pavilhão 5, que são mantidos separados, escaparam e deram início ao confronto. O motim foi contido pelas forças policiais no começo da manhã de domingo.
Ataques
Durante a tarde desta quarta-feira (18) a cidade de Natal foi palco de ataques. Um terminal de ônibus da empresa Guanabara, na zona Norte de Natal, foi alvo de criminosos. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra pelo menos dois veículos atingidos pelas chamas.
Mais cedo, um ônibus da empresa Santa Maria, que faz a linha 38, foi incendiado na Praia do Meio, zona Leste da capital. Bandidos ainda incendiaram um veículo do Governo do Estado no bairro de Mãe Luíza, também na zona Leste. Criminosos trocaram tiros com policiais na tarde desta quarta-feira (18), na Avenida João 23, no bairro de Mãe Luíza, em Natal, e incendiaram um carro do governo do estado.
Com a onda de ataques, as empresas de ônibus de Natal já começaram a recolher todos os ônibus que estão nas ruas. A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn).
Os ataques foram confirmados pela Secretaria de Segurança do RN (Sesed). No entanto, o órgão não afirmou se os crimes estão relacionados a crise no sistema penitenciário.
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