A auditora do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT-RN), Marinalva Dantas, revelou um esquema de exploração infantil no Estado. Com um dossiê “em mãos”, Marinalva afirma que crianças de dez cidades da Grande Natal “estariam sendo alugadas” para pessoas com o intuito de fazê-las pedir dinheiro e alimentos.
Conforme revelado pela auditora, que possui vasta experiência na libertação de pessoas em situações análogas à escravidão, o valor cobrado pelos pais é de, em média, R$ 30 para ceder os garotos. Ainda de acordo com Marinalva, informações já foram entregues às autoridades e a Polícia Federal deve agir em breve para desmontar o “esquema”.
“A mendicância é um crime previsto no código penal. Quem pratica isso e leva criança junto ou obriga a trabalhar assim é criminoso também. As pessoas acham que estão ajudando quando dão uma lata de leite no caixa de um mercado, na verdade estão colaborando com o crime organizado. Muita gente tem pena. Gente, a maioria são alugadas, por R$ 30 a diária e são trazidas de dez municípios ao redor de Natal. Tudo já está mapeado e só falta uma denúncia formal ao MPF, pois são condições análogas à escravidão. A Polícia Federal vai começar a agir”, relata a auditora.
O Ministério Público do Trabalho realiza, nesta quarta-feira 15, uma audiência para discutir políticas públicas de combate ao trabalho infantil. Conforme números coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o RN tem 4,8 mil crianças e adolescentes, com idades inferiores a 14 anos, trabalhando.
Com informações da 96FM*
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