Os pacientes que precisaram recorrer ao pronto-socorro do maior hospital do Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira (11), se depararam com um cenário apavorante no Walfredo Gurgel. Isso porque, devido à superlotação da unidade, muitos pacientes estão alojados em cima de macas pelos corredores do hospital aguardando leitos e cirurgias.
Inclusive, uma dessas pacientes que aguardam uma cirurgia ortopédica é Maria Lopes dos Santos, uma idosa de 109 anos que deu entrada no hospital nesta última terça-feira (10), com uma fratura no fêmur e até o fechamento desta matéria, sequer havia previsão de quando ela seria operada.
Ela é apenas uma das pacientes que sofrem com as atuais condições na principal unidade pública de saúde do estado. A situação foi acentuada com a greve dos anestesistas desde meados de dezembro. Os profissionais reclamam da falta de pagamento do Governo do Estado e Prefeitura de Natal.
De acordo com informações repassadas por trabalhadores do hospital ao Sindsaúde/RN, até o início da tarde dessa quarta-feira, havia 80 pacientes nos corredores do hospital. Desse total, 57 aguardavam uma cirurgia ortopédica, entre eles jovens, adultos e outros idosos que também estão com o fêmur fraturado.
O Sindsaúde reclama da sobrecarga de trabalho para os profissionais. Nesta quarta-feira (11), por exemplo, cada técnico de enfermagem do pronto-socorro do Walfredo Gurgel estava responsável por 15 pacientes de uma só vez.
Embora a superlotação das unidades de saúde de Natal e do Rio Grande do Norte não sejam mais novidades, é extremamente preocupante, pois coloca diretamente a vida das pessoas em risco.
“Está tão lotado que os pacientes estão amontoados em cima de macas pelos corredores até próximo a entrada do necrotério. Muitos esperando cirurgias, correndo risco de perder um membro e totalmente expostos a vírus e bactérias hospitalares. É desumano deixar a situação chegar a esse ponto”, desabafa um dos trabalhadores do hospital (em anônimo) sobre a situação do Walfredo Gurgel.
“O que existe é uma omissão e um descaso com a população, pois a saúde não é prioridade para esse governo, que já fechou serviços e que deixa a situação do Walfredo chegar a esse ponto”, destaca Rosália Fernandes diretora do Sindsaúde e que também trabalha no hospital.
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