(ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou nesta quarta-feira (1) os Estados Unidos sobre os riscos de uma possível intervenção militar na Venezuela. Por telefone, Lavrov conversou com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que mais cedo tinha dito que era “possível” que o país tomasse alguma ação militar na Venezuela.
Para Moscou, “uma ingerência dos EUA nos assuntos internos da Venezuela” representaria uma violação do direito internacional e geraria “consequências graves”. “É uma violação flagrante do direito internacional que não tem nada relacionado com democracia”, criticou, em nota, o governo russo.
Os Estados Unidos apoiam o autoproclamado presidente e deputado opositor da Venezuela, Juan Guaidó, enquanto a Rússia defende o regime de Nicolás Maduro. No telefonema com Lavrov, Pompeo, por sua parte, acusou a Rússia e Cuba de “desestabilizarem a Venezuela”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também aumentou o tom contra Cuba. “Se as tropas e milícias cubanas não pararem imediatamente as operações militares e de outros gêneros que causam a morte e a destruição da Constituição venezuelana, colocaremos um embargo total sobre toda a ilha de Cuba, junto com mais sanções”, escreveu o republicano em seu perfil no Twitter.
Desde ontem, Caracas é palco de protestos convocados por Guaidó, que chegou a anunciar a intenção de retirar Maduro do poder. O opositor disse contar com o apoio das Forças Armadas, porém Maduro garante que o Exército ainda está ao seu lado. Ao menos 59 pessoas ficaram feridas e uma morreu nas manifestações.
Nações Unidas
O escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) disse estar “extremamente preocupado” com as notícias do uso excessivo da força contra manifestantes na Venezuela. “Diante dos protestos em massa na agenda de hoje, fazemos um apelo a todas as partes de moderação, e a todas as autoridades para respeitarem o direito às manifestações pacíficas”, disse uma nota do alto comissariado.
Redes sociais
O governo da Venezuela acusou o Twitter de suspender contas institucionais e de ministérios do governo de Nicolás Maduro, como o da Mulher, da Educação e de Energia. Caracas acusou a rede social de “violar mais uma vez a liberdade de expressão para defender seus próprios interesses”. Outras entidades, como a agência de notícias AVN, o Ministério do Petróleo e os jornais “El Correo del Orinoco”, também teriam sido afetados, além de contas de embaixadas e consulados venezuelanos pelo mundo.
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