(ANSA) – Após visitar o Centro Mundial de Memória do Holocausto, o Yad Vashem, em Jerusalém, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que o nazismo era um movimento “de esquerda”.
A declaração está em sintonia com a postura revisionista do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que já havia defendido essa tese em um texto publicado na semana passada. “Não há dúvida. Partido Socialista, como é que é? Da Alemanha. Partido Nacional-Socialista da Alemanha”, disse Bolsonaro, ao ser questionado se concordava com a ideia de que o nazismo era um movimento de esquerda.
O sistema fundado por Adolf Hitler bateu sociais-democratas para chegar ao poder, perseguia comunistas e socialistas e foi combatido e derrotado pela União Soviética. O próprio Memorial do Holocausto define o nazismo como um movimento de direita.
Também nesta terça, Araújo reiterou a tese revisionista em entrevista à Folha de S. Paulo e disse que o nazismo foi usado para “denegrir” a direita.
A ida ao Yad Vashem marcou o encerramento da agenda oficial de Bolsonaro em Israel, viagem que também incluiu encontros com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está em plena campanha eleitoral, e uma visita ao Muro das Lamentações.
O presidente também anunciou a abertura de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém, medida que pode provocar retaliações dos países árabes, especialmente no setor agropecuário.