Mais um aumento no preço de produtos básicos promete tirar o sono dos brasileiros. Dessa vez, foi o gás de cozinha que sofreu reajuste de 12,9%, anunciado nesta terça-feira (10) pela Petrobras. Em nota, a estatal explicou que “o percentual de reajuste foi calculado de acordo com a política e preços e reflete, principalmente, a variação das cotações do produto no mercado internacional”. Ainda segundo o comunicado, “a companhia estima que o preço do botijão pode ser reajustado, em média, em 5,1% ou cerca de R$ 3,09 por botijão”. O novo preço já entra em vigor nesta quarta-feira (11).
Para o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre Borjaili, o quinto aumento em pouco mais 30 dias é algo “absurdo” e só prejudica o consumidor. “Pelos preços praticados, virou um artigo de luxo. Um botijão de gás deveria ser comercializado a R$ 35 no máximo”, afirmou.
Segundo a Petrobras, como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso significa que os repasses dependerão das distribuidoras e revendedores.
Essa prática faz com que os preços dos botijões tenham variação de até 40% nas mesmas cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, os consumidores pagam de R$ 49,99 a R$ 85 em uma única unidade, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em outras capitais, como Salvador e Recife, o botijão pode ter diferença de até R$ 10.
REAJUSTE
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) calcula que o reajuste oscilará entre 7,8% e 15,4%, de acordo com o polo de suprimento.
Segundo a entidade, a correção aplicada não repassa integralmente a variação de preços do mercado internacional. Diante disso, o Sindigás estima o preço do produto para botijões de até 13 quilos “ficará 6,08% abaixo da paridade de importação, o que inibe investimentos privados em infraestrutura no setor de abastecimento.”
Além de pesar no orçamento familiar, os recentes aumentos no preço do gás de cozinha fazem com que os brasileiros busquem alternativas, inclusive ilegais. Mas o que se mostra como uma saída pode ser um risco. O presidente da Asmirg alerta que algumas pessoas utilizam uma mistura perigosa de álcool e gasolina. “Isso pode causar explosões dentro de casa. Sempre se deve procurar um revendedor autorizado”, disse.
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