(ANSA) – A Casa Branca acusou nesta terça-feira (27) o governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, de estar preparando um “possível novo ataque químico” contra a oposição no país. Em um comunicado, o governo do presidente Donald Trump afirmou que, se Assad fizer uma nova ação do tipo, ele “pagará um preço alto” pelo ataque.
“Os Estados Unidos identificaram possíveis preparativos para um outro ataque com armas químicas por parte do regime Assad que provavelmente causaria uma tragédia de civis, incluindo crianças”, diz a nota assinada por Washington.
Os norte-americanos lembraram o suposto uso de armas químicas do dia 4 de abril, em ação que deixou mais de 80 civis mortos e que causou o primeiro ataque contra uma base de Assad por ordem de Trump. “Como já declaramos antes, os Estados Unidos estão na Síria para eliminar o Isis [Estado Islâmico], tanto do Iraque como da Síria. Se, todavia, Assad conduzir outro ataque de massa mortal usando armas químicas, ele e seu exército pagarão um preço alto”, conclui o comunicado.
Após a divulgação do comunicado, no entanto, os EUA despertaram a ira do maior aliado do regime sírio, a Rússia. “Certamente, nós acreditamos que tais ameaças ao legítimo governo sírio são inadmissíveis”, disse o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, à imprensa russa.
Reafirmando que ataques químicos são “inadmissíveis e inaceitáveis”, Peskov destacou que “apesar de todas as solicitações feitas pelos russos, não houve uma investigação internacional imparcial” sobre o episódio do dia 4 de abril.
Para Moscou, o atentado foi realizado por grupos rebeldes e que lutam contra Assad e sem uma investigação independente é “impossível saber quem fez o ataque”. “Não tenho informações sobre a ameaça do uso de armas químicas. Mas, vocês sabem que foram registrados por diversas vezes o uso de substâncias tóxicas por parte dos milicianos, dos terroristas do Isis e de outros grupos criminosos. Provavelmente, existe um perigo da repetição de tais provocações”, acrescentou Peskov aos jornalistas.
Ataque à prisão do EI
A troca de acusações ocorre no mesmo dia em que ao menos 57 pessoas morreram dentro de um presídio do grupo terrorista Estado Islâmico. O ataque aéreo em al-Mayadeen foi feito pela coalizão liderada pelos EUA, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Segundo a ONG, os extremistas usavam o local com o objetivo de prender e torturas os “dissidentes” do “Califado”. Entre os mortos, estão ao menos 15 jihadistas, entre combatentes e “carcereiros”. Já a ONG Deir Ezzor 24, também gerida por ativistas, informa que o número de mortos é de 60 civis.
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