De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.992,75 em julho.
A estimativa é 4,54 vezes maior do que o atual valor do salário mínimo, R$ 880. Os dados são divulgados mensalmente pelo departamento e mostram a estimativa de quanto deveria ser o salário mínimo para atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como estabelecido na Constituição: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Esse valor é calculado com base na cesta básica mais cara entre as 27 capitais. Em julho, o maior valor foi registrado em São Paulo (R$ 475,27). Em junho, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.940,24, ou 4,48 vezes o piso vigente.
Cesta Básica
Pelo segundo mês consecutivo, o feijão, manteiga e leite elevaram o custo da cesta básica. O custo do conjunto de alimentos básicos aumentou em 22 das 27 capitais do Brasil em julho, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Dieese.
As maiores altas ocorreram em Boa Vista (8,02%), João Pessoa (5,79%), Manaus (5,27%) e Maceió (4,50%). As retrações foram verificadas em Florianópolis (-4,35%), Belo Horizonte (-0,64%), Belém (-0,60%), Porto Velho (-0,56%) e Brasília (-0,23%).
São Paulo foi a capital que registrou o maior custo para a cesta (R$ 475,27), seguida de Porto Alegre (R$ 468,78) e Rio de Janeiro (R$ 448,28). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 362,63) e Rio Branco (R$ 371,94). Entre janeiro e julho de 2016, todas as cidades acumularam alta. As maiores variações foram observadas em Goiânia (26,49%), Aracaju (24,05%) e Boa Vista (21,69%). Os menores aumentos ocorreram em Florianópolis (4,49%), Curitiba (7,26%) e Manaus (9,91%).
Cesta Básica x Salário mínimo
Em julho de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 8 minutos, maior do que a jornada calculada para junho, de 101 horas e 9 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, pouco mais da metade dos vencimentos (50,95%) para adquirir os mesmos produtos que, em junho, demandavam 49,98%
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