A queda da safra do feijão no mercado doméstico brasileiro deixou um dos principais itens da mesa do consumidor mais caro. Para tentar reverter a situação, o governo brasileiro aumentou a importação do produto vindo da Argentina. A expectativa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços é de que com a isenção do imposto de importação os volumes aumentem ainda mais nos próximos meses.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Feijão, o aumento se deve à seca em grande parte dos estados que produzem o grão. Com isso, houve queda na oferta e, com o aumento da demanda, os preços acabaram subindo. O preço do feijão-carioca chegou a R$ 14 em supermercados de vários estados brasileiros.
No primeiro semestre, a compra de feijão preto da Argentina registrou aumento de 146,1% na comparação com igual período do ano passado, aumentando de 26 mil toneladas para 64 mil. Os argentinos, por serem parte do Mercosul, já não pagavam essa taxa.
“Já temos notado aumento na importação de feijão. O que deve aparecer a partir de agora é feijão de outras origens. Da Argentina já tem aumento, de outras origens não”, explicou o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação, Herlon Brandão.
O governo zerou o imposto de importação do feijão para estimular a compra do produto de outros países e reduzir o preço nas prateleiras dos supermercados. A decisão foi tomada pelo presidente em exercício, Michel Temer, em conjunto com o comitê econômico formado por dez ministérios.
Quebra de safra
O ministro da Agricultura, quando anunciou a isenção da taxa, explicou que o feijão tem três safras e que a segunda, que está sendo colhida agora, sofreu um redução de 10% do total previsto. “O mercado percebe que vai ter dificuldade de feijão e tivemos aumento de preço”, relatou.
A ideia é que inicialmente o Brasil compre o feijão produzido na Argentina, Paraguai e Bolívia, países mais próximos e que já eram isentos de taxa de importação.
Feijão chinês
Fora do Mercosul, é possível que se reduza taxas de importação da China e do México. Isso será feito para o caso de o produto dos países mais próximos não ser suficiente para atender a demanda brasileira.
“Nós não temos estoques porque feijão é altamente perecível. Em três ou quatro meses, o feijão começa a escurecer e o consumidor não compra feijão velho”, explicou o ministro no dia do anúncio da medida de estímulo à compra da leguminosa.
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