(ANSA) – A deputada trabalhista britânica Jo Cox, assassinada ontem em um atentado cometido por um ultranacionalista que defende a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), já vinha recebendo diversas mensagens de ameaças nos últimos três meses, de acordo com a imprensa local.
A polícia da Inglaterra estava analisando aumentar as medidas de segurança em torno da parlamentar, mas nenhuma decisão havia sido tomada oficialmente.
Não se sabe se as ameaças partiam de Tommy Mair, de 52 anos, que matou Fox em nome do nacionalismo. Ele gritou “Britain First”, uma referência ao partido xenófobo e anti-islâmico local, antes de cometer o ataque, em Leeds. Segundo o jornal “The Independent”, a polícia apurou que Mair chegou a ter ligações com um grupo de tendência nazista que defende a supremacia branca na Europa e o regime de apartheid na África do Sul.
O grupo leva o nome de Springbok Club e o assassino, que está preso, aparece nos registros de filiação de 10 anos atrás. Em sua última edição, a revista do Springbok Club fez um forte apelo pela saída do Reino Unido da UE, argumentando que o país precisa deixar a “superficialidade e a retrógrada” do bloco para reconstruir sua “soberania e independência”.
Um dia após a tragédia, as bancas de jornais no Reino Unido amanheceram com reportagens e capas homenageando a política, que tinha um trabalho notável em defesa de refugiados sírios e na permanência de imigrantes na União Europeia.
O episódio de violência, além de chocar os britânicos, interrompeu a campanha para o referendo sobre a saída ou permanência do país na União Europeia. A votação ocorrerá dia 23 de junho.
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