(ANSA) – O Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo), dos Estados Unidos, registrou novos sinais das ondas gravitacionais previstas pela Teoria da Relatividade de Albert Einstein, que haviam sido detectadas pela primeira vez em setembro de 2015, embora a descoberta tenha sido anunciada apenas em fevereiro deste ano.
As novas ondas são frutos da progressiva aproximação entre dois buracos negros que acabaram se colidindo. “Completamos a análise dos dados tomados entre setembro de 2015 e janeiro de 2016 e, ao fazer essa pesquisa, notamos que tivemos certamente outro sinal”, declarou à ANSA o cientista italiano Fulvio Ricci, coordenador do projeto “Virgo”, colaborador do Ligo.
O anúncio foi feito em San Diego, nos EUA, durante o congresso anual da Sociedade Astronômica Americana (AAS). O fenômeno ocorreu em uma porção de céu situada muito longe daquela onde as primeiras ondas foram detectadas, também em uma colisão de buracos negros.
Previstas há um século por Einstein, as ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por eventos cósmicos violentos. Trazendo para uma escala mais humana, é algo parecido com o que acontece quando se atira uma pedra em uma lagoa.
Histórica por si só, a descoberta também forneceu uma prova inédita da própria existência dos buracos negros. Na primeira ocasião em que o fenômeno foi detectado, os astros envolvidos tinham uma massa de 29 a 36 vezes superiores à do Sol. Na segunda, de oito a 14.
A novidade é forte candidata a conquistar o prêmio Nobel de Física em 2016. Outro desdobramento importante dessas descobertas é que elas sugerem a existência de uma “população” de “casais” de buracos negros que giram um ao redor do outro, apresentando uma imagem do universo até então desconhecida.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.