Muitos alimentos passaram da criminalização para um lugar não só de destaque, como de referência em saudabilidade. Isto se deve ao fato de que as pesquisas sobre ação de fitoquímicos e nutrientes avançaram bastante nesses últimos dez anos. Hoje sabe-se que o equilíbrio é a base de tudo e que o consumo exagerado de qualquer alimento pode ser prejudicial, mesmo que seja uma simples e bem aceita cenoura.
Quais os grandes vilões que viraram mocinhos?
O excesso de peso da população sempre foi justificado pelo consumo de alguns alimentos vilões. Os amendoins entraram nesta lista por serem considerados os causadores de obesidade por conta de seu valor calórico. Outro motivo para não serem recomendados era por acreditarem que os amendoins estavam todos contaminados por fungos. A grande verdade já comprovada é que, pelo menos há dez anos, a Fundação Pró-Amendoim acompanha produtores e atesta a ausência de aflatoxinas e, com isso, garante sua segurança. Já em relação ao peso, muitos estudos científicos foram realizados, sendo que um em especial constata que o consumo regular de amendoins comprovou-se estratégia eficaz no tratamento de obesidade e sobrepeso, bem como na redução de risco de doenças neurológicas e de alguns tipos de tumor. O grupo que consumiu 30g de amendoins no fim de tarde reduziu não só o peso corporal como a gordura abdominal. É uma excelente notícia, pois a redução de gordura é sempre acompanhada por menores taxas de colesterol e de todas as gorduras corporais.
O glúten e a lactose são os dois mais novos vilões e, atualmente, são os mais criticados. O glúten é a proteína presente no trigo, centeio e cevada. A lactose é o açúcar presente no leite de vaca. Atribui-se a estes dois nutrientes a grande capacidade de serem os responsáveis pela epidemia de obesidade. A verdade é que estes alimentos só são vilões para quem tem alguma doença associada ao consumo, como a doença celíaca ou a intolerância à lactose. Fora destes grupos específicos, o consumo não só é seguro como bastante recomendado, pois o trigo é a melhor fonte
de triptofano, que é um aminoácido importantíssimo para a melhora de humor e depressão. Já o leite de vaca é uma excelente fonte de proteínas e cálcio.
A grande constatação sobre os ovos é que no passado todos os profissionais de saúde controlavam o consumo, pois cada gema era vista como uma ameaça ao colesterol. Hoje, já é fato real que o consumo moderado de ovos, dentro de uma conduta equilibrada, não só não aumenta o colesterol como melhora significativamente o cérebro e reduz o apetite.
Agora, o eterno vilão abacate. Ele ainda é encarado como vilão por algumas pessoas, pois seu valor calórico é superior ao de várias outras frutas, o que deve-se ao fato de ser um alimento fonte de gorduras. Embora bastante calórico, estas gorduras são importantíssimas para a melhora do funcionamento cerebral, do sono e do sistema imunológico e, além disso, combatem a gordura abdominal. É muito difícil as pessoas entenderem que a gordura do abacate é altamente benéfica e combate a gordura abdominal, mas esta é a grande verdade!
Por último, encontramos o chocolate, que por muito e muito tempo foi odiado. A imagem anterior era de um alimento rico em calorias que só faziam engordar. Atualmente, há centenas de estudos que comprovam que o cacau presente nos chocolates é fundamental para redução de apetite e de peso, e melhora da glicemia, atenção e disposição cerebral. O chocolate é um super alimento antioxidante que por si só já ajuda na redução de riscos de doenças.
Por Dra Vanderli Marchiori – Nutricionista e Fitoterapeuta
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