Mais de 800.000 membros da Liga Juvenil e estudantes da Coreia do Norte se alistaram nas Forças Armadas do país em um único dia. O objetivo do alistamento foi lutar contra os Estados Unidos em retaliação às manobras que o país tem feito em conjunto com a Coreia do Sul.
Os voluntários se dizem dispostos a “castigar resolutamente os imperialistas estadunidenses e os títeres traidores”. O jornal estatal Rodong Sinmun reportou que a quantidade de voluntários tem aumentado em todo o país.
Tensões sem fim
Em um comunicado, o Rodong Sinmun disse que “as manobras do imperialismo estadunidense e dos títeres traidores para provocar uma guerra nuclear, que estão violando agressivamente a soberania e os interesses de segurança de nosso Estado e se estão levando a cabo na maior medida da história em termos de agressão e escala, estão chegando a um limite que não pode ser tolerado por mais tempo”.
As tensões na região não param de aumentar. Na quinta-feira (16), Pyongyang lançou um míssil balístico intercontinental Hwasongpho-17 dirigido pelo líder da nação, Kim Jong-un, que aterrissou com precisão em uma área preestabelecida em águas abertas em frente ao mar do Japão. A Coreia do Sul e o Japão estão preocupados com as “ameaças” nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
O lançamento de Hwasongpho-17 coincidiu com os exercícios militares conjuntos a grande escala entre Seul e Washington chamados de Freedom Shield, que a Coreia do Norte considera como “preparativos para uma guerra de agressão” contra o país.
A presença militar dos Estados Unidos na Coreia do Sul, com dezenas de milhares de soldados, deixa os norte-coreanos em alerta. Os Estados Unidos já declararam estar dispostos a utilizar seu arsenal nuclear para defender a Coreia do Sul.
Preparação para o ataque nuclear
Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, afirmou que é importante familiarizar os soldados com “situações injustas” e fazê-los estar melhor preparados para uma resposta nuclear “imediata, esmagadora e proativa” em qualquer momento.
Ele ainda afirmou que “o mero fato” de a Coreia do Norte ser uma potência nuclear não é suficiente como fator dissuasivo real contra a guerra, já que é necessário dispor de “uma força de ataque nuclear que possa ser ativada com rapidez e precisão a qualquer momento, com possibilidade de atingir o inimigo”.
Os comentários do líder norte-coreano surgem em meio à escalada das tensões na região da Ásia-Pacífico, enquanto Seul e Washington realizam exercícios militares conjuntos regulares que a Coreia do Norte considera “preparativos para uma guerra de agressão” contra o país.
Os quatro lançamentos de mísseis balísticos de longo e médio alcance da Coreia do Norte em direção ao mar do Japão na última semana fazem parte de um “treinamento tático integral” que busca “fortalecer substancialmente as capacidades de dissuasão de guerra e de contra-ataque nuclear do país”.
O último lançamento ocorreu no dia 15 de março e o míssil balístico percorreu uma distância de cerca de 800 km antes de atingir um alvo a uma altitude de 800 metros.
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