Tecnologia

Tchau gatonet? Anatel vai cortar o sinal da TV Box

O desligamento será feito de forma remota, sem que as prestadoras de serviços tenham de entrar na casa do usuário

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou nesta quinta-feira (9 de fevereiro) medidas para combater a utilização dos aparelhos conhecidos como “TV Box”, que transmitem de forma clandestina o sinal da TV por assinatura.

Segundo a agência, esses equipamentos oferecem sinal ilegal das operadoras de TV paga por meio de aplicativos que imitam os serviços da TV por assinatura e streaming. Os dispositivos não são autorizados pela Anatel para operar no Brasil.

A agência determinou o bloqueio imediato do acesso desses equipamentos à internet por meio dos provedores dos serviços.

Equipamentos de telecomunicações precisam de homologação da Anatel para serem comercializados e utilizados no Brasil“, explica a agência. O processo de avaliação da conformidade e homologação busca garantir padrões mínimos de qualidade e segurança.

Aparelhos não homologados destinados à recepção de sinais de TV a cabo ou de vídeo sob demanda podem acessar conteúdos protegidos por direitos autorais, o que é crime. Tanto a comercialização quanto a utilização de produtos para telecomunicações irregulares são passíveis de sanções administrativas que podem ir de advertência a multa, além da apreensão dos equipamentos, alerta a agência.

A pessoa que não tem uma assinatura de TV por assinatura, essa caixinha vai lá, quebra o sinal e a pessoa passa a acessar. Quebra ilegalmente o código de um conteúdo protegido e tem acesso a ele de forma ilegal“, disse o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.

Desligamento do sinal da TV Box

De acordo com a Anatel, cerca de 5 milhões de decodificadores clandestinos em uso no Brasil serão desligados.

O famoso sinal da gatonet, caixinhas conhecidas também como TV Box e que funcionam ilegalmente transmitindo toda sorte de conteúdo de TVs e plataformas de streaming, agora serão cortadas na origem.

O desligamento será feito de forma remota, sem que as prestadoras de serviços tenham de entrar na casa do usuário.

Agora, ao identificar uma rede pirata de caixinhas, a Anatel notifica o provedor de internet, que corta o sinal para o aparelho. A medida é relativamente simples e era uma reivindicação antiga das empresas de mídia e dos produtores de conteúdo, mas esbarrava em questões internas da Anatel.

Apesar da pirataria ser crime previsto na lei e implicar em até quatro anos de prisão, a agência por anos vivia um dilema interno em cortar o sinal das caixinhas. O temor era de que medida fosse interpretada como interferência no tráfego de dados da internet.

Apreensão de aparelhos

A agência também informou que retirou de circulação mais de 1,4 milhão de TV Box ilegais. O valor estimado desses aparelhos apreendidos soma quase R$ 400 milhões.

A ação contra a pirataria faz parte do Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos da agência e visa coibir o uso de TVs Box não homologadas, ou seja, que não possuem certificado de conformidade de uso seguro.

A fiscalização observou a oferta desse tipo de produto pirata na internet e em feiras populares.

Associação Brasileira de Televisão por Assinatura estima que, por ano, o impacto da pirataria na TV por assinatura custe R$ 15 bilhões.

Risco à segurança

No fim do ano passado, a Anatel também vulnerabilidades em equipamentos de TV box não homologados.

Os estudos conduzidos pela Anatel, que contaram com a colaboração de técnicos da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), constataram a presença de malware – um software malicioso – capaz de permitir que criminosos assumam o controle do TV box para a captura de dados e informações dos usuários, como registros financeiros ou arquivos e fotos que estejam armazenados em dispositivos que compartilhem a mesma rede.

Além da presença de malwares, foram identificadas falhas de segurança no processo de atualização dos aplicativos, permitindo que toda a informação trocada seja capturada e modificada por um atacante mal-intencionado e possibilitando, assim, a instalação de aplicativos maliciosos nos dispositivos, de acordo com a agência.

Técnicos da Agência também verificaram a possibilidade de o sistema operacional dos aparelhos admitir que terceiros possam ter acesso irrestrito ao dispositivo com privilégios de administrador.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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