A clonagem de animais para fins agrícolas tem sido um assunto controversa há algum tempo. Enquanto alguns argumentam que pode levar a uma produção de alimentos mais eficiente, outros alertam sobre os possíveis riscos econômicos e éticos da prática.
No entanto, a equipe de cientistas da Universidade de Ciências e Tecnologia Agrícola e Florestal do Noroeste da China conseguiu clonar três “super vacas” leiteiras da raça Holstein-Friesian com sucesso.
Primeira clonagem de “supervacas” por células somáticas
A clonagem foi realizada pela primeira vez por meio de transferência nuclear de células somáticas. O primeiro bezerro nascido apresentou peso e altura acima da média para sua idade, o que sugere que pode ser considerado uma “super vaca” em termos de produção de leite. Além disso, as análises clínicas apontaram que o bezerro nasceu saudável, o que é uma boa notícia para a indústria de produção de alimentos.
“A aplicação da tecnologia de clonagem de células somáticas evita os riscos de biossegurança da introdução de gado vivo e economiza muito os recursos de germoplasma de alta qualidade que estão prestes a ser eliminados”, disse Jin Yaping, um dos autores do trabalho científico.
Além disso, esta técnica ajudará a renovar, conservar e expandir o rebanho nacional de vacas super-reprodutoras de raça fina, bem como a população de touros reprodutores “com direitos de propriedade intelectual independentes”, acrescentou.
Para a clonagem, foram escolhidas vacas de alto rendimento, longevas e resistentes ao estresse de diferentes fazendas do país. A produção anual de leite desses animais é de mais de 18 toneladas (cerca de 18.556 litros) e mais de 100 toneladas ao longo da vida. Além disso, a longevidade dessas vacas é muito superior ao da média das raças, chegando a até 12 anos de idade.
A clonagem de animais pode ser vista como uma maneira de selecionar e perpetuar as melhores características de animais com alto potencial de produção de alimentos, como leite, carne e ovos. Além disso, pode ser utilizada para preservar raças ameaçadas de extinção ou para combater doenças hereditárias que afetam a produção de alimentos.
Indústria de laticínios
O anúncio da clonagem dessas “super vacas” foi bem recebido pela indústria de laticínios chinesa, que enfrenta uma grande demanda por leite e seus produtos. Além disso, a clonagem é vista como uma alternativa aos métodos tradicionais de melhoria genética, que podem ser longos e caros.
A equipe de cientistas afirma que a clonagem dessas vacas é apenas o início de um longo caminho rumo à melhoria da qualidade da produção leiteira e que outros animais de diferentes espécies também serão alvos de clonagem no futuro.
No entanto, a clonagem ainda é alvo de críticas, especialmente quanto aos riscos econômicos e éticos envolvidos.
Por exemplo, a clonagem pode levar a uma monocultura de animais com as mesmas características, o que pode ser prejudicial tanto para a economia quanto para a saúde dos animais. Além disso, a clonagem em massa pode resultar em uma concentração de poder nas mãos de poucas empresas, prejudicando os pequenos agricultores e a diversidade genética.
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