Em mensagem gravada e publicada pelo Global Times, o jornalista, ex-editor-chefe e secretário partidário do jornal chinês, Hu Xijin, disse que Pequim não pretende cumprir as exigências de Washington à custa de seus relações com Moscou.
O jornalista chinês comentou sobre reportagens divulgadas na segunda-feira (14/03) por vários meios de comunicação ocidentais, incluindo o Financial Times e o New York Times, que diziam, citando autoridades dos EUA, que a Rússia havia pedido à China que fornecesse assistência militar à sua operação na Ucrânia. As publicações foram negadas pelos lados russo e chinês, que condenaram as “informações falsas” espalhadas pelos EUA.
Segundo Hu, as “declarações não verificáveis” foram divulgadas por Washington na véspera do encontro entre o ex-ministro das Relações Exteriores da China e membro do Comitê Central do Partido Comunista da China, Yang Jiechi, e o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, realizado nesta segunda-feira em Roma, Itália, “numa aparente tentativa de pressionar a China“.
Ao mesmo tempo, ele lembrou que, horas antes da reunião, Sullivan disse à mídia que Pequim sofreria consequências por qualquer esforço “em grande escala” para fornecer a Moscou um método para contornar as sanções impostas por Washington.
“Washington não tem o direito de exigir isso da China”
“Quero dizer que Washington é muito arrogante. Como uma grande potência militar e industrial, a Rússia não precisa pedir à China que forneça assistência militar substancial para a guerra de escala limitada na Ucrânia“, enfatizou Hu. “Além disso, a China não é obrigada a prometer não exportar armas para a Rússia e Washington não tem o direito de exigir isso da China“, acrescentou.
O ex-editor-chefe do Global Times observou que Pequim, parceira estratégica de Moscou, “certamente continuará a desenvolver suas relações com a Rússia“. Ele também afirmou que o lado russo continuará exportando sua energia, trigo e milho para a China, enquanto o gigante asiático fará o fornecimento de produtos básicos necessários para a Rússia.
“Querer parar o comércio China-Rússia, os EUA acham que é Deus?“, perguntou Hu. “A China é uma grande potência que busca uma política externa independente e as relações sino-americanas devem ser mutuamente respeitosas. A China não procurará aliviar as tensões com os EUA através da deterioração das relações sino-russas“, concluiu.
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