(ANSA) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (8) que acredita que a população brasileira não quer ter o petista Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à presidência da República nas eleições de 2022.
Durante entrevista à emissora CNN Brasil, Bolsonaro ainda insinuou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, responsável por anular todas as condenações do ex-presidente, tem “uma forte ligação” com o Partido dos Trabalhadores.
“Qualquer decisão dos 11 ministros, é possível você prever o que eles pensam e o que botam no papel. O ministro Fachin tem uma forte ligação com o PT, não nos estranha uma decisão nesse sentido. É uma decisão monocrática, mas vai ter que passar pelo plenário para que tenha a devida eficácia”, disse.
Bolsonaro, que revelou que “todo mundo foi surpreendido pela decisão”, fez duras críticas ao partido de Lula, alegando que as “bandalheiras que esse governo fez estão claras perante toda a sociedade”.
Ao ser questionado sobre uma possível participação de Lula nas eleições do próximo ano, o presidente disse que acredita que “o povo brasileiro não quer ter um candidato desse em 2022 e nem sequer pensar numa possível eleição dele”.
“Você pode até supor, né, a questão do sítio em Atibaia e o apartamento (no Guarujá), mas você tem coisas como desvios no BNDES e desvios enormes na Petrobras. Foi uma gestão catastrófica do governo do PT”, acrescentou.
De acordo com o presidente, depois da decisão favorável ao petista, “a bolsa foi lá para baixo e o dólar foi lá para cima. Ou seja, todos nós sofremos com uma decisão como essa aí”.
“Não sou jurista, mas é questão de plenário abrir isso aí”, finalizou.
Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por sua vez, disse que sua maior dúvida sobre a decisão monocrática de Fachin, é se a medida foi tomada para “absolver Lula ou o ex-juiz Sergio Moro”.
“Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer absolvição. Moro, jamais”, escreveu o deputado no Twitter.
A publicação faz referência à possibilidade de que decisão de Fachin anule também a chance de um julgamento pela suspeição sobre Moro na condução do processo contra Lula.
A defesa do petista pede que Moro seja julgado pelo STF por considerar que ele foi parcial ao condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá.
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