Você já teve a sensação de estar ouvindo um zumbido, chiado, apito, som de grilo, de ambulância ou de panela de pressão, dentro da cabeça? Isso é bem comum e pode acontecer, especialmente, em momentos de silêncio e muitas vezes só a própria pessoa escuta. Ao contrário do que muitos pensam, esse barulho não é uma doença, mas, sim, sintoma que significa um alerta importante.
Estudos mostram que cerca 15% da população mundial adulta apresenta algum tipo de zumbido e as causas podem ser variadas. Segundo a fisioterapeuta do Centro Vitta, Marianne Trajano, esses barulhos no ouvido e na cabeça podem estar relacionadas ao efeito colateral de algumas medicações ou até mesmo ao excesso de cafeína ou açúcar.
“Contudo, a principal causa está relacionada com a perda auditiva, e, recentemente, devido aos avanços dos estudos, foi constatado que as alterações na região do pescoço, na articulação temporomandibular e o bruxismo podem agravar ou até mesmo ser a causa do zumbido. Por isso, a importância de uma investigação ampla, pois algumas pessoas têm mais de uma causa associada ao zumbido”, explica a profissional, que é especialista em Fisioterapia Manipulativa e mestre e doutoranda em Avaliação e Intervenção do Sistema Musculoesquelético pela UFRN.
O zumbido tem grande influência na qualidade de vida das pessoas, trazendo repercussões em atividades do cotidiano, como concentrar-se no trabalho e nos estudos e dificuldade na hora de dormir. Em alguns casos, pode gerar quadros de irritação, variação de humor, ansiedade e/ou depressão. São mais comuns em pessoas que estão sempre expostas a ruídos altos e não fazem uso de protetores auriculares, usam fones de ouvidos por muitas horas, têm perda auditiva, dores na região do pescoço, disfunções da Articulação Temporomandibular (ATM), bruxismo e apresentam altos níveis de estresse e ansiedade.
Tratamento não pode esperar
A boa notícia é que existe tratamento. A fisioterapeuta Marianne Trajano aconselha que os pacientes com esse tipo de problema evitem ficar esperando o zumbido passar sozinho. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores são as chances de sucesso. “Na maioria dos casos, o tratamento é multidisciplinar. O médico Otorrino é responsável pela avaliação ampla desse paciente. Já o fisioterapeuta especializado é o profissional capacitado para realizar as intervenções relacionadas às articulações da cabeça e do pescoço, além de atuar nos hábitos e comportamentos que podem estar sendo gatilhos para a exacerbação desse sintoma”, detalhou.
A área de cabeça e pescoço, dentro da fisioterapia, encontra-se em expansão e ainda são poucos os profissionais capacitados para atender essa população. “Aqui no Centro Vitta, nós utilizamos e aplicamos métodos com comprovação científica para reestabelecer as funções e proporcionar o melhor atendimento ao paciente”, finalizou.
A fisioterapeuta Marianne Trajano, do Centro Vitta (@centrovittanatal), é membro do grupo de pesquisa em fisioterapia vestibular, crânio-cervical e dor orofacial, preceptora clínica da reabilitação vestibular pela UFRN e autora do capítulo “Atuação Fisioterapêutica No Zumbido Somatossensorial”, do Manual de Diagnóstico e Tratamento do Zumbido.
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