Em audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) realizada nesta quinta-feira (12), o diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Antônio Megale, informou que 17 mil picapes Amarok vendidas no Brasil pela montadora eram equipadas com software que frauda testes de emissões de poluentes.
Apesar disso, Megale afirmou que as emissões desses veículos não ultrapassaram os limites previstos pela legislação. “Já tivemos resultados dos primeiros testes e, para nossa felicidade, independentemente da presença do software, as picapes cumprem os limites de emissões estabelecidos atualmente no Brasil. Em momento algum, houve prejuízo ao meio ambiente e aos consumidores”, destacou.
Mesmo assim a empresa irá fazer recall, no primeiro trimestre do ano que vem, para corrigir o problema. O executivo informou que a Volks já está testando com sucesso um dispositivo para neutralizar a ação do software e, assim que a fase de testes for encerrada, será possível realizar o recall. Até lá, segundo Antônio Megale, os consumidores poderão continuar usando normalmente seus veículos. Serão chamados proprietários de veículos ano/modelo 2011 e 2012.
Escândalo
O diretor da montadora afirmou que a filial brasileira foi “pega de surpresa” com o escândalo, que também surpreendeu a cúpula da matriz, na Alemanha, que não tinha ciência do que ocorria. “A Volkswagen cometeu de fato essa falha. Foi uma surpresa para a maior parte da companhia. Quando veio à tona, imediatamente o presidente mundial assumiu a responsabilidade, embora não soubesse o que ocorria”, afirmou.
A denúncia de que a Volkswagen produziu e vendeu veículos com sistema que burla testes de emissão de gases poluentes ganhou destaque na imprensa do mundo inteiro em setembro, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação contra a multinacional alemã.
A empresa admitiu a fraude não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo, envolvendo um total de 11 milhões de veículos com motores diesel, inclusive de outras marcas, como Seat, Audi e Porsche. Em 23 de setembro, o diretor-executivo da montadora, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo e pediu demissão da companhia, que teve queda no valor de suas ações e já contabiliza prejuízo bilionário.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.