Nesta quinta-feira (7) a presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o processo de impeachment contra ela, explicando que as pressões estão baseadas na ilegalidade, uma vez que ela não cometeu crime de responsabilidade. Dilma destacou ainda que nos próximos dias as pressões serão reforçadas, com novos vazamentos de informações à imprensa de “forma seletiva, premeditada e direcionada”, com o claro objetivo de atacar o seu governo, dentro de uma “trama golpista”.
“São vazamentos seletivos e oportunistas. Eu já determinei ao senhor ministro da Justiça (Eugênio Aragão) a apuração e responsabilidade por vazamentos recentes. Passou de todos os limites” disse a presidenta no Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia, realizados hoje no Palácio do Planalto.
As destacar que ocorrem vazamentos de dados com o “claro objetivo de criar um ambiente propício ao golpe”, Dilma ressaltou os argumentos citados como motivo para interromper o seu mandato são ilegais. Na última segunda-feira (4), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, foi à Câmara e desmontou, uma a uma as acusações, demonstrando que o processo atual não tem base legal, mas política. “Não está escrito que presidente possa sofrer impeachment porque o País passa por dificuldades na economia”, lembrou hoje a presidente.
Ao defender a legalidade de seu mandato, a presidente também citou os avanços na igualdade de oportunidades e de gênero para o Brasil conquistados desde o primeiro governo Lula, em 2003.
Segundo Dilma, neste momento o primeiro passo necessário é acabar com as “pautas-bomba” no Congresso Nacional, prática que vem sendo adotada desde que atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumiu o posto, em fevereiro de 2015. Dilma acredita que é preciso haver unidade pela aprovação das reformas e a retomada do crescimento do País. Defendeu, ainda, urgente reforma política.
A chefe do Executivo também criticou a revista Isto É, que publicou uma reportagem retratando a presidenta como uma mulher descontrolada. Ela lamentou a misoginia presente nesse material. “Querem dizer que mulheres sob pressão ficam descontroladas. Isso é um tipo de tratamento que constitui machismo extremamente banal. Não aceito isso. Nenhuma mulher aceita. Estive três anos presa ilegalmente e sempre mantive o controle, o eixo e principalmente a esperança”, lembrou a presidente.
Dilma já demandou que a revista seja processada por crimes contra a honra, além de exigir direito de resposta. “Essa revista vem sistematicamente mentindo, inventando, incitando ódio e intolerância, produzindo uma peça de ficção para ofender a mulher e a presidenta. Na verdade com o propósito de me ofender como presidenta justamente por ser mulher”, ressaltou.
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