A vacina chinesa Ad5 nCoV, desenvolvida pelo laboratório chinês CanSino Biologics e pela Academia de Ciências Militares do país, é segura e conseguiu induzir a produção de anticorpos durante a fase dois de testes, publicou a revista científica “The Lancet” nesta segunda-feira (20).
A segunda fase foi testada em cerca de 500 pessoas e a imunização já está na fase 3, sendo testada em militares chineses desde o fim de junho em uma etapa que deve durar até um ano. A Ad5 nCoV usa um adenovírus atenuado, que causa um resfriado comum em humanos, e ataca a proteína spike (ou proteína S) que o Sars-CoV-2 usa para agredir as células do organismo, gerando um pico de resposta de linfócitos T específicos.
O mecanismo é muito similar ao usado pela vacina candidata da Universidade de Oxford, que também apresentou resultados positivos na fase inicial, segundo estudo publicado nesta segunda. No caso da imunização britânica, no entanto, é usado um vetor de adenovírus de chimpanzés.
“Os testes da fase 2 atingem novas provas de segurança e imunogenicidade da vacina em um amplo grupo de indivíduos. Trata-se de um passo importante e os testes da fase 3 já estão em curso”, destacou o coordenador da testagem, Feng-Cai Zhu, do Centro de Controle de Doenças e Prevenção da Província de Jiangsu.
O experimento da fase 2: Nessa segunda fase, foram envolvidas 508 pessoas das quais 253 receberam uma dose elevada, 129 uma dose baixa e 126 receberam um placebo.
Dois terços dos participantes tinham entre 18 e 44 anos, 26% tinha entram 45 e 54 anos e 13% acima dos 55 anos.
Os voluntários tiveram amostras de sangue recolhidas imediatamente antes da imunização e nos dias 14 e 28 após a vacina.
Os resultados mostraram que 95% do grupo (241 em 253) que tomou a dosagem mais alta e 91% (118 em 129) dos que tomaram a dose baixa apresentavam as células T e os anticorpos após os 28 dias.
A vacina, após o período total, induziu uma resposta de anticorpos neutralizantes contra o Sars-CoV-2 em 59% e 47% dos participantes de cada grupo, respectivamente.
Já os anticorpos específicos contra a proteína spike apareceu em 96% do grupo da alta dosagem e em 97% dos de baixa dosagem. Porém, as duas doses conseguiram induzir a produção das células T.
No caso dos placebos, não houve nenhuma resposta de anticorpos.
Agora, os especialistas vão analisar quando tempo dura essa resposta imunológica induzida pela vacina e entender se e em qual dosagem a vacina funciona bem em idosos.
(Com informações da Agência ANSA)
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