(ANSA) – Começou nesta segunda-feira (17) a segunda rodada de negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit“. A partir de hoje até quinta-feira (20), os negociadores começarão a debater os pontos-chaves do divórcio, como a questão da cidadania, da “conta” financeira da saída e o caso da Irlanda do Norte.
Ao chegar a Bruxelas, o negociador-chefe britânico, David Davis, lembrou da primeira reunião, ocorrida em junho, e disse que os debates começaram “bem”, mas que agora “é hora das questões fundamentais”.
Por sua vez, o chefe das negociações pelo lado dos europeus, Michel Barnier, ressaltou que é “necessário avaliar e comparar nossas respectivas posições para que possamos progredir”. “Agora vamos mergulhar nas questões centrais”, acrescentou ainda o negociador.
Em junho, os dois líderes se reuniram para definir a agenda de negociação e quais seriam os pontos prioritários. Ficou definido que os primeiros temas em discussão seriam a questão dos cidadãos europeus que moram no Reino Unido e vice-versa, os valores que a separação iria custar – estimativas apontam que o “divórcio” deve custar entre 60 bilhões de euros e 100 bilhões de euros – e a questão da jurisdição europeia na Grã-Bretanha.
Pelo planejamento, além dos encontros entre Barnier e Davis, grupos de técnicos dos dois lados já iniciarão a analisar os três temas ainda hoje. Já a questão da Irlanda do Norte, que vive em relativa paz através de um acordo que incluiu a UE, será analisada em separado dado o delicado tema.
Apesar de críticas do Parlamento Europeu, que rejeitou a proposta sobre a cidadania apresentada pelos britânicos por considerar que ela estava muito distante do que propõe a UE, o chanceler Boris Johnson estava otimista para o encontro de hoje e disse que a oferta de Londres “é igualitária, séria e muito boa”.
Do “lado europeu”, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, destacou que “viu mudanças” na postura britânica e disse que o governo de Londres “agora aceita negociar um regime de transição” sobre o tema.
A agenda oficial aponta que Barnier e Davis só se pronunciarão oficialmente sobre as negociações ao fim da última reunião na quinta-feira.
De acordo com o Tratado de Lisboa, a negociação da saída de um país do bloco econômico deve demorar dois anos, sendo que há a possibilidade de prorrogação em caso de concordância. A ideia europeia é fechar todo o debate até o fim de 2018 para permitir que todos os Parlamentos dos 27 Estados-membros ratifiquem o acordo até março de 2019, quando encerram-se os dois anos da notificação inicial. (ANSA)
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