(ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu um ato histórico neste domingo (30) e se tornou o primeiro mandatário americano a pisar em solo da Coreia do Norte.
Após o líder Kim Jong-un ter aceitado se encontrar com Trump na zona desmilitarizada de Panmunjom, o magnata atravessou a linha de fronteira que separa as Coreias do Norte e do Sul e caminhou por alguns instantes no território de um país que, ao menos oficialmente, está em guerra com os EUA desde a década de 1950.
“Sinto-me muito bem, é um prazer te ver novamente”, disse Trump a Kim, que respondeu que “não esperava” que os dois pudessem se encontrar em Panmunjom. O convite partiu do presidente dos EUA durante a cúpula do G20 em Osaka, no Japão.
Pouco antes de deixar o arquipélago para a Coreia do Sul, Trump afirmou que gostaria de ver Kim, nem que fosse apenas para “apertar sua mão”. A reunião deste domingo acabou durando uma hora e também teve a presença do presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
“Nas próximas semanas, designaremos uma equipe para trabalhar em um acordo de amplo alcance”, declarou Trump, anunciando a retomada das negociações para a desnuclearização da Península Coreana, congeladas desde a fracassada cúpula com Kim no Vietnã, em fevereiro passado.
O magnata ainda afirmou que gostaria de convidar Kim para visitar a Casa Branca. “Nossa relação é excepcional”, disse o líder da Coreia do Norte, chamando de “ato corajoso e determinado” a decisão de Trump de entrar em seu país.
Histórico
Ao longo de 2017, a Coreia do Norte avançou como nunca em seu programa militar e testou, com sucesso, mísseis intercontinentais capazes de atingir o território dos Estados Unidos, além de ter realizado a detonação nuclear mais potente de sua história, supostamente com uma bomba de hidrogênio.
Em resposta, Trump patrocinou uma série de sanções econômicas das Nações Unidas contra a Coreia do Norte, abalaram ainda mais uma economia já fragilizada. Além disso, se envolveu em uma batalha retórica com Kim, chamando o norte-coreano de “pequeno homem foguete” e ameaçando atacar o país asiático com “fogo e fúria nunca antes vistos”.
Por sua vez, o líder da Coreia do Norte prometera bombardear Guam, território ultramarino dos EUA no Oceano Pacífico, levantando ventos de guerra na região. Recorrentes exercícios militares e o envio de submarinos nucleares dos Estados Unidos também aumentaram os temores sobre um conflito iminente.
O clima de tensão na Península Coreana só arrefeceu no início de 2018, quando Kim desejou boa sorte para o Sul na realização dos Jogos de Inverno de PyeongChang. A declaração abriu as portas para a reaproximação entre Seul e Pyongyang, que culminou na participação de atletas do Norte nas Olimpíadas.
Kim anunciou a interrupção do programa nuclear e de desenvolvimento de mísseis de longo alcance de seu regime, mas até hoje não deu indícios de que pretenda se desfazer do arsenal, como exige Trump.
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