(ANSA) – Um artigo publicado pela revista britânica “The Economist” orienta a presidente Dilma Rousseff a renuncia e diz que sua saída do poder daria ao Brasil a chance de um “novo começo”. Para o periódico, “a maneira mais rápida e melhor para Dilma deixar o Planalto seria renunciar antes de ser derrubada”.
O artigo, disponível no site, estará na edição impressa, que chega às bancas neste final de semana. De acordo com a “The Economist”, alguns fatores como o “massivo escândalo da Petrobras” e a pior recessão brasileira desde 1930, “causada por decisões erradas tomadas por Dilma em seu primeiro mandato”, fizeram sua popularidade cair ao ponto de boa parte da população sair às ruas para gritar “Fora, Dilma”. A revista destacou que a presidente perdeu “o que lhe sobrava de credibilidade” ao nomear à Casa Civil o ex-mandatário e seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva. “Este periódico há tempos argumenta que apenas o Poder Judiciário e os eleitores – e não políticos agindo em interesse próprio que buscam seu impeachment – poderiam decidir o destino da presidente. Mas a contratação de Lula pareceu uma tentativa grosseira de mudar o curso da Justiça”, diz o texto.
“Mesmo que essa não tenha sido a intenção (de Dilma), esse seria o efeito. Esse foi o momento em que a presidente escolheu os interesses de sua tribo política em vez da lei. Por isso, ela se tornou inapta a continuar sendo presidente”, atacou o “The Economist”. No entanto, a revista argumenta que não há motivos para um impeachment, uma vez que ainda faltam provas criminais contra Dilma. “O processo contra ela no Congresso se baseia em alegações não comprovadas de que teria usado truques de contabilidade para esconder a verdadeira dimensão do deficit orçamentário em 2015. Isso parece um pretexto para expulsar um presidente impopular”, ressaltou o texto. De acordo com a “The Economist”, um pedido de impeachment baseado somente na “voz das ruas” (protestos populares) abre um precedente preocupante. “Democracias representativas não deveriam ser governadas por protestos e pesquisas de opinião”.
A revista também sugeriu três maneira de Dilma deixar o poder: o primeiro seria comprovar que a presidente tenha praticado algum tipo de obstrução à Justiça; o segundo, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de convocar novas eleições se considerar que sua campanha eleitoral de 2014 foi financiada de maneira ilegal. O último seria a própria renúncia de Dilma. “O melhor jeito e o mais rápido seria Dilma deixar o Planalto renunciando antes de ser derrubada”, disse o artigo. O texto também apresentou uma série de argumentos de que a renúncia de Dilma poderia melhorar a situação do Brasil, mas enfatizou que o cargo seria assumido temporariamente pelo vice Michel Temer, cujo partido, o PMDB, que também está envolvido em escândalos de corrupção.
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