(ANSA) – Os presidentes de Brasil e Argentina, Michel Temer e Mauricio Macri, afirmaram após seu encontro em Brasília nesta terça-feira (7) que querem “dar um impulso” ao Mercosul e aproximar-se dos países que fazem parte da Aliança do Pacífico – especialmente do México.
Sem citar diretamente o novo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os dois mandatários ressaltam que, com a “mudança de cenário”, o México começará a “olhar para o sul com mais decisão”.
De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, as nações devem se afastar de “nacionalismos exacerbados e pressões protecionistas em todas as dimensões: política, econômica, científica e tecnológica”. “Nossa resposta a tendências isolacionistas deve ser mais integração. A aliança estratégica Brasil-Argentina constitui, para nós, imperativo do desenvolvimento”, destacou Temer.
Por sua vez, Macri pediu um reforço na “aliança” entre os dois países e que a a “rivalidade” entre as duas nações “deve ficar para o futebol, no resto, somos sócios”. “Que 2017 seja um ano de virada positiva para o crescimento e para o desenvolvimento dessa aliança estratégica. Temos que ser aliados do século 21 para encarar o fortalecimento interno do Mercosul e sua relação com o mundo”, afirmou o argentino em declaração conjunta.
O líder do governo brasileiro ainda ressaltou que os dois países “têm desafios semelhantes, como a urgência do crescimento econômico e a geração de empregos”. “Não há tabus na relação entre Brasil e Argentina”, acrescentou Temer.
Ao falar sobre os desafios econômicos, Temer ainda ressaltou as “crescentes” relações comerciais entre as duas nações e que foi retomada a “regularidade e a qualidade do diálogo entre nossos governos” – em referência à segunda reunião em cerca de seis meses entre os dois líderes.
Segundo dados do governo brasileiro, a soma das exportações e importações entre o Brasil e a Argentina em 2016 atingiu US$ 22,5 bilhões, com superávit de US$ 4,333 bilhões para o Brasil.
Acordos
Temer e Macri assinaram acordos em diplomacia, comércio e saúde, segundo informou o Planalto. O primeiro foi assinado entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Argentina de Investimentos e Comércio Internacional, que tem como objetivo iniciativas de cooperação e o intercâmbio de publicações e informações sobre os mercados. Eles ainda assinaram uma carta ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pedindo a realização de um estudo para a “viabilidade de uma agência de convergência regulatória de Brasil e Argentina”.
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