Em vídeo publicado nas redes sociais na noite desta segunda-feira (12), o presidente da República, Michel Temer, afirmou que a continuidade da agenda de reformas do governo é resultado do respeito mútuo, da harmonia e do diálogo constante mantido entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
“Nas democracias modernas, nenhum poder impõe sua vontade ao outro. O único soberano é o povo e não um só dos poderes. E muito menos aqueles que, eventualmente, exerçam o poder”, disse o presidente da República, ressaltando o princípio constitucional da independência e harmonia entre os poderes.
Na visão de Temer, as reformas promovem a modernização das relações trabalhistas e corrigem um sistema previdenciário injusto e desigual. “Combatendo todos os privilégios, justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica da nossa história”, disse.
O presidente ainda destacou que continuará trabalhando pela retomada do crescimento econômico e pela modernização do País. “Não vou esmorecer. Seguirei liderando o movimento em favor da aprovação da agenda de reformas econômicas, políticas e sociais que está recolocando o Brasil no caminho da prosperidade e do crescimento”, completou.
Michel Temer também negou ter mandado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionar o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e disse ser vítima de denúncias “artificiais e montadas”. Temer referia-se a uma matéria da revista “Veja” que afirma que a Abin está monitorando Fachin, relator da investigação contra o peemedebista no STF, para descobrir formas de constrangê-lo publicamente.
“Não interfiro nem permito interferência indevida de um poder sobre outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida”, declarou o presidente, sem citar diretamente a suspeita de espionagem contra o ministro.
Temer ainda insinuou que a acusação contra ele é uma forma de evitar a aprovação das reformas econômicas no Congresso. “Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas”, disse.
Segundo o presidente, o “estado democrático de direito não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob qualquer justificativa ou motivo”. “Na democracia, a arbitrariedade tem nome: chama-se ilegalidade. O caminho que conduz da justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico que conduz da democracia à ditadura. Não permitirei que o Brasil trilhe este caminho”, acrescentou.
A suspeita sobre Temer e a Abin provocou reações duras no ambiente político em Brasília, inclusive da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, que disse que uma eventual espionagem contra Fachin seria uma prática “própria de ditaduras”.
Nesta segunda-feira, a ministra amenizou o tom e declarou que o presidente garantiu não ter ordenado “qualquer medida” de monitoramento contra seu colega no STF. “O tema está, por ora, esgotado”, completou Cármen Lúcia, por meio de sua assessoria.
Do Portal N10 com Agência ANSA
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